quinta-feira, 19 de setembro de 2013

"Os EUA invadiram o Brasil", diz Julian Assange sobre escândalo de espionagem


Criador do Wikileaks argumenta que Washington não pode entrar em território estrangeiro 
utilizando-se de sua própria legislação e acredita em invasão dos EUA no Brasil

O fundador do Wikileaks, Julian Assange, afirmou nesta quarta-feira (19/09) que as manobras de espionagem desenvolvidas pela NSA (sigla em inglês para Agência de Segurança Nacional) mostram que os "EUA invadiram o território brasileiro".
"O que significa quando uma lei (Patriot Act) sai de um território e vai para outro território? Isso quer dizer que se está agindo com uma legislação nacional em território estrangeiro", disse o australiano por videoconferência durante evento em São Paulo.
Além disso, Assange acredita que as comunicações da América Latina podem ser interceptadas a qualquer momento por Washington através do sistema de vigilância massiva. Reitera também que, com as ações norte-americanas, há "um colapso no estado de direito e uma violação clara aos direitos humanos" - neste caso, em referência às intervenções no Oriente Médio.
Sem ter recebido explicações satisfatórias do governo norte-americano sobre o esquema de espionagem, Dilma Rousseff decidiu adiar a visita oficial aos Estados Unidos que estava programada para o dia 23 de outubro. O anúncio foi feito através de um comunicado na tarde desta terça-feira (17/09) pelo Palácio do Planalto.
Dilma conversou pessoalmente por telefone na segunda-feira (16) com o presidente dos EUA, Barack Obama, que tentou evitar o adiamento e justificar o escândalo de vigilância organizado pela NSA. O órgão interceptou em 2012 conversas da presidente e de seus assessores, além de informações referentes à Petrobras e ao pré-sal. O então candidato à Presidência do México, Enrique Peña Nieto, vencedor da eleição, também foi investigado.
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