sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Quem tem medo de Sininho?


Sininho

Por : Paulo Nogueira

E então só se fala de Sininho, a ativista nascida no Rio Grande de Sul e radicada no Rio de Janeiro.
A Globo e a Veja estão massacrando Sininho, e isto leva a crer que a garota tem virtudes.
Sininho, 28 anos, cineasta, é essencialmente uma jovem inconformada com o “sistema”.
Que jovem idealista não estaria, diante das circunstâncias?
Você vê índios sendo mortos, operários se destruindo nas obras da Copa, brasileiros miseráveis sendo removidos de suas casas precárias por causa do Mundial – e vai ficar conformado, se tem sensibilidade social?
A cidade em que vive Sininho ajuda também a entender seu inconformismo: como aturar, sentado no sofá, o desgoverno de Cabral?
“Ah, não vamos para a rua porque Cabral é chapa do Lula”: quem diria isso?
E então os jovens vão às ruas e são recebidos pela polícia predadora de Cabral, sob a omissão de um governo federal que não podia mexer nos brios de seu aliado.
Ora, condenar Sininho é farisaico.
Ela representa o espírito do tempo. Seus pais, segundo ela, participaram da fundação do PT.
Mas para ela, e para muitos outros jovens da mesma geração, o PT acabou por se transformar no sistema.
Ou você quer que Sininho veja Lula abraçado a Maluf e Sarney ou Dilma comprometida com os ruralistas e se sinta representada?
Querer transformar os black blocs em terroristas é uma falácia, um gesto cínico e indefensável.
Que a direita faça isso, entende-se por seu apego a privilégios e medo de tudo que represente oposição a regalias ancestrais.
Mas o PT?
As acusações são bizarras. Eles são atacados porque são “mascarados”. E daí? Tentaram matar uma família num carro quando tudo que ocorreu foi que um motorista assustado tentou passar com seu Fusca baixo sobre um colchão em chamas.
Mataram o cinegrafista e conseguiram seu primeiro cadáver.
Ora, foi um acidente lastimável, triste, mas foi exatamente isto: um acidente. Ninguém pegou uma arma e atirou contra Santiago.
Coube a Sininho mesma trazer um pouco de lógica ao debate ao perguntar: por que a Band não deu um capacete para proteger seu cinegrafista? Em áreas conflagradas mundo afora, isso acontece: dar proteção aos jornalistas que cobrem protestos perigosos.
O DCM é visceralmente antiviolência. Somos franciscanos na essência. Andamos com passarinhos nos ombros, e ficamos maravilhados com o Papa Francisco, nosso ídolo. Gandhi e Luther King estão em nossos corações.
Agora: a violência nos protestos do Rio é obra da polícia. Em algum momento, os black blocs entraram em cena para proteger os manifestantes.
Eles são uma reação à truculência policial.
Não fosse a violência policial, altamente estimulada pela mídia com sua pregação contra os “vândalos” e “baderneiros”, eles provavelmente nem tivessem surgido no Brasil.
Agora mesmo: a direção da empresa jornalística alemã Deutsche Welle manifestou formalmente à embaixada brasileira na Alemanha seu protesto contra as cacetadas que seu correspondente levou no protesto em que morreu Santiago. Ninguém prestou atenção nisso, exceto, modéstia à parte, o DCM. O relato do correspodente conta tudo: uma manifestação pacífica virou um campo de guerra por causa da polícia.
Repito: por causa da polícia.
E em vez de dar um basta à violência policial, os crucificados são os black blocs, por pura conveniência e oportunismo político.
Vamos encarar os fatos: o PT detesta os black blocs por dois motivos. Um: eles não obedecem ao partido. Sequer respeitam. Dois: os protestos podem por em risco, na visão petista, a eleição fácil de Dilma.
O segundo item é uma fantasia. Dilma, com ou sem black blocs, caminha para uma reeleição fácil, dada a fragilidade excepcional da oposição.
Não surgiu, com envergadura, partido nenhum que represente uma nova ordem social menos injusta. É uma tremenda sorte para o PT — e um enorme azar para o país — que do lado de lá estejam fósseis políticos como Aécio, Serra, FHC, Marina, Eduardo Campos etc. Um partido envelhecido como o PT parece jovem diante de rivais encarquilhados.
A não ser que o PT se reinvente, o que parece difícil, no futuro o espaço estará aberto a um partido que realmente interprete a raiva das ruas contra tantos absurdos.
A mensagem de Sininho, no fundo, é esta: o Brasil tem que ser melhor do que é.
Como discordar?
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Um comentário:

Anônimo disse...

SININHO IDENTIDADE SECRETA CARLOS O CHACAL.
A arbitrariedade do governo que tenta erradicar as manifestações no Brasil e com isso Instituíram um estado de sítio, um aparto jurídico e policial para reprimir as manifestações efetuando prisões e alegando vários delitos pinçados no código penal. Agora querem transformar uma pobre garota frágil e quase anorexa em mártir revolucionário. As acusações são as mais torpes e óbvias.
A revolução no Egito em 11 de fevereiro de 2011 depois de vários dias de manifestações com prisões e centenas de mortos. Na guerra civil na Líbia depois de protestos 26 mortos e mais de 200 feridos. Protestos na Tunísia 3 mortos e mais de 400 feridos. Revoltas no Lêmen reuniu mais de 16 milhões de pessoas sendo 25 mortos e 700 feridos. Na Grécia, 70 feridos e mais de 400 detidos. Levando em consideração confrontos entre o aparto policial estatal e os manifestantes, onde o lado mais fraco representado pelo povo tenta de todo o jeito não ser massacrado pelo poder bélico do estado e por esse motivo tentam todo tipo de subsídio de artefatos manufaturados em caso de confronto, daí o uso desesperado do coquetel molotov, bombas caseiras e máscaras de gás. Porque isso é uma situação limite no sentido de não ser apanhado, espancado ou morto pela repressão de estado. E até por isso, não podemos enquadrá-los em formação de quadrilha, terrorismo etc.
Quem disse que existem manifestações pacíficas; quantas mentiras inventaram para amenizar a culpa dos governos capitalistas e autoritários. Em todas as manifestações acontecem fatos que fogem a ordem estabelecida e a chance de confronto é sempre eminente. Pois sempre está em jogo um governo corrupto com problemas econômicos que explora seu povo. Logo o poder do estado tenta conter a fúria das massas e isso acaba sempre em confronto. Se pegarmos os históricos de manifestações de 2011 pra cá, vamos nos surpreender com tantos feridos, detidos e mortos. Porque no Brasil seria diferente, um país que passou por uma ditadura militar executando e matando pessoas a seu bel prazer, não é tão difícil compreender essa prática de caça aos rebeldes.
Agora a culpa e dos Black Bloc, sininho chacal, Alemanha sete a um, faça-me um favor. Estão querendo transformar uma frágil garota em mártir. Acham que prendendo meia dúzia de estudantes apreendendo computadores acabaram com os confrontos. O processo revolucionário e muito maior do que isso, hoje é sininho, amanha quem sabe? Pode ser O chacal! Que bela estratégia do governo para tentar frear a rapaziada mais engajada. Os juristas transformaram. A sininho pode sair fortalecida dessa ai “e virar impávida e infalível como Bruce Lee”.
O estado sempre quando quer abafar um fato transforma-o em contra fato. Muita força com intolerância sempre beneficia quem nem tem tanta força assim!
No meu caso, eu não tinha o mínimo conhecimento dessa menina, nem sabia que ela existia, mas sabe de uma coisa, depois que vi o noticiário da tarde comecei a ver nela certas bonitezas. Talvez ela não tenha nem essa força chacalniana. Mas agora eu a vejo desse jeito, Sininho virou Muhammad Ali!
Força Sininho.
Ass, Anarq