quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Lula na abertura da Expocatadores 2012





O presidente Lula participou nesta quinta-feira (29) da abertura da Expocatadores 2012, um evento de negócios, troca de experiências, disseminação de conhecimentos e tecnologias que reúne as novidades para a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis. Participam da feira catadores de todo o Brasil, além de representantes da África, América Latina e Ásia.
Também estavam presentes no evento o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o presidente da Itaipu Binacional Jorge Samek, representantes do Banco do Brasil, do BNDES, da Petrobras e de outras empresas e entidades que apoiam os catadores de material reciclável.
No evento foram entregues os primeiros cartões do BNDES para cooperativas de reciclagem. Com esse benefício, os catadores tem acesso mais fácil ao crédito para equipamentos que podem permitir o aumento da renda dos cooperados.



Lula recebeu durante a cerimônia um prêmio que simboliza o seu reconhecimento como “amigo dos catadores”. Durante todos os anos de seus dois mandatos como presidente, Lula participou da festa de Natal do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável. E o ex-presidente garantiu que estará de novo na festa desse ano. (Do Instituto Lula)
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A posição de Obama sobre a questão palestina


The Dream is Over


Com Felipão, o Brasil perde a oportunidade de contratar Guardiola, o mais brasileiro dos técnicos.


Ladies & Gentlemen:
Chrissie, minha mulher, acaba de se queixar de mim. Na verdade, ela disse: “Scott, por favor, cala a boca.” Seu mau humor, que aliás é rotineiro, vinha do fato de eu estar cantando uma música de minha adolescência que diz o seguinte: “The dream is over”.
Não sei por que, essa velha música me tomou de assalto a cabeça depois que soube que não foi seguida minha sugestão de colocar Guardiola na seleção brasileira. Não que eu seja uma voz da qual não se possa discordar, Chrissie que o diga. Mas por causa dele, Guardiola, nosso Pouca Telha, o mais brasileiro dos técnicos em todo o mundo mesmo sem jamais, que eu saiba, ter pisado no Brasil.
Boss me diz que minha sugestão era muito audaciosa para o conservadorismo dos dirigentes do futebol brasileiro. “O novo presidente da CBF tem mais de 80 anos”, ele me contou. E o velho?, perguntei. “Bem, ele tem mais de 80 processos por corrupção”, disse Boss.
E o nome é Big Phil, o Felipão. Conheço-o relativamente bem. Acompanhei o seu trabalho no Chelsea, do oligarca russo Ramon Abramovic, o homem que ganhou milhões de rublos quando milhões de russos caíram na pobreza e no álcool, nos anos 1990, com o desmantelamento da União Soviética e a aquisição suspeita de estatais por pessoas oriundas da KGB, como Abramovic.
Big Phil é um técnico que só ganha de Guardiola numa briga de rua. Fora daí, ele representa mais o futebol europeu que o brasileiro, com sua vocação para sistemas defensivos e feios. Não me agrada também em BP sua ética flexível: jamais me sai da cabeça a imagem dele jogando uma segunda bola no campo num ataque perigoso do adversário, para interromper a jogada.
Ele ganhou uma copa, é certo. Mas quem não ganharia com Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo e Roberto Carlos no apogeu? Até Capello, o trapalhão italiano que nos comandou na África do Sul sem falar inglês, teria sido campeão. Nosso único título, em 1966, quando eu era um menino que sonhava ser um astro do City sem ter futebol para tanto, é fruto de gênios como Bobby Moore e Bobby Charlton, e não do técnico Alf Ramsay.
Mas o pensamento convencional triunfou.
Ladies & Gentlemen: não foram apenas os brasileiros que perderam uma chance única de reencontrar seu futebol artístico com o treinador mais apto para isso. Todos nós perdemos, aqueles múltiplos, frustrados, saudosistas seres patéticos que, mundo afora, têm na fantasia uma seleção verde-amarela que atropela os adversários com o vigor do tube londrino e a beleza vermelha do nosso doubledecker.
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A PATAQUADA DO NOVO HERÓI DA GLOBO


Ao afirmar que, “se não tiver pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não 
faz nada” Felipão não apenas desrespeita os trabalhadores bancários, como demonstra 
total desconhecimento sobre a realidade do trabalho no sistema financeiro nacional.

BANCÁRIOS REPUDIAM DECLARAÇÃO DE FELIPÃO

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia a declaração do técnico Luis Felipe Scolari sobre o trabalho dos bancários do Banco do Brasil, feita na entrevista coletiva desta quinta-feira 29, no Rio de Janeiro, ao reassumir o posto de treinador da Seleção Brasileira.
Ao afirmar que, “se não tiver pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada”, Felipão não apenas desrespeita os trabalhadores bancários, como demonstra total desconhecimento sobre a realidade do trabalho no sistema financeiro nacional.
Cerca de 1.200 bancários são afastados do trabalho mensalmente, por razões de saúde, vítimas do assédio moral e da pressão violenta para que cumpram as metas abusivas de produção e vendas impostas pelas instituições financeiras, inclusive o Banco do Brasil.
Luis Felipe Scolari começou mal como novo técnico da Seleção Brasileira. Esperamos que ele não esteja tão desatualizado sobre futebol quanto está sobre as relações de trabalho nos bancos.

Carlos Cordeiro

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)

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CHARGE


Santarém conquista Selo Unicef



O Selo Unicef

Depois de três anos em um processo que reuniu órgãos governamentais e não governamentais em ações voltadas à melhoria da qualidade de vida de crianças e adolescentes no município, Santarém conquistou o Selo Unicef Município Aprovado, que é um reconhecimento internacional pelo resultado dos seus esforços em prol de crianças e adolescentes. A partir de um diagnóstico e de dados levantados pelo Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância, os municípios que se inscreveram passaram a conhecer melhor sua realidade e as políticas voltadas para infância e adolescência e também promoveram ações diversas, garantindo saúde, educação e os direitos fundamentais desse público. O resultado foi enviado via correspondência da organização à Prefeitura de Santarém.
As articulações no Município começaram no ano de 2009 pela Secretaria Municipal de Educação (SEMED). Em 2010, a prefeita Maria do Carmo assinou o termo de adesão junto ao Unicef, marcando o início do processo de capacitações e fóruns no município. Além da SEMED, outras duas secretarias municipais começaram a fazer parte do processo: Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) e Secretaria Municipal do Trabalho e Assistência Social (SEMTRAS).
Ainda em 2010 começaram os ciclos de formação, com as capacitações das pessoas que estariam envolvidas no processo, principalmente das instituições ligadas ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança (COMDCA) que assumiu os encaminhamentos junto com as secretarias. No mesmo ano foi realizado o 1º Fórum Municipal Pró-Selo Unicef no qual foi feito um diagnóstico dos principais desafios de Santarém na área da infância.
Neste ano de 2012, como parte da última fase do processo, foi realizado no mês de julho o 2º Fórum Municipal Pró-Selo Unicef, quando houve uma avaliação dos três anos de atividades, inclusive com a participação de representantes do Unicef.
Em carta oficial enviada à Prefeitura de Santarém, o Unicef aponta que o Município conquistou o Selo porque “conseguiu demonstrar que está investindo nas políticas públicas que devem ser priorizadas e que estão impactando positivamente na vida de cada menino e cada menina do Seminárido brasileiro/da Amazônia Brasileira”. A cerimônia nacional de entrega do Selo Unicef será no dia 29 de novembro em Brasília.
A Comissão Pró-Selo teve a participação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDCA), coordenando o processo, Conselho Tutelar de Santarém, Pastoral do Menor, Associação de Pais de Alunos Excepcionais (APAE), Grupo de Apoio dos Direitos de Adolescentes – GADA/IPAS – Brasil, Projeto Rádio pela Educação, A Mão Cooperadora e a Prefeitura por meio das secretarias municipais de saúde (SEMSA), assistência (SEMTRAS) e educação (SEMED).
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A CPI defunta e os mortos de São Paulo

2014 ?


O barulho sobre a eventual candidatura de Lula a governador do estado de São Paulo

Por: Paulo Nogueira

Causou comoção a entrevista do marqueteiro João Santana publicada esta semana pela Folha.
Por uma razão: Santana fala em Lula para governador de São Paulo em 2014. Lula, segundo Santana, não parece muito animado com essa possibilidade, pelo menos por enquanto.
O que não consegui entender foi o sentimento de perplexidade. Do ponto de vista lógico, faz sentido para o PT ter em São Paulo outro candidato que não seja Lula?
Considere.
Dilma não enfrenta concorrência ameaçadora para as eleições presidenciais. A única razão para abreviar sua administração para um só mandato – pela ótica do PT – seria o risco de ela perder. Aí então provavelmente Lula seria convidado, ou convocado, a disputar as eleições, dada sua popularidade.
Mas não é o caso.
Hoje, a oposição é um deserto de homens e ideias. Dilma provavelmente ganhe no primeiro turno.
E Lula, que o PT faz com ele?
São Paulo é a resposta.
O PSDB – partido em que tantas vezes votei – acabou se tornando uma espécie de neomalufismo. Está hoje completamente deslocado dos 99% e atrelado ao 1%, numa formidável guinada à direita que lhe rendeu e rende boa mídia mas que custou milhões de votos, várias eleições relevantes e, talvez, o futuro.
Lula provavelmente se elegesse com facilidade governador de São Paulo em 2014. Ou alguém imagina que Alckmin pode oferecer resistência séria?
Leio duas coisas curiosas sobre o assunto, ambas condenatórias. A primeira é que Lula em 2014 em São Paulo representaria uma tentativa de acabar com o PSDB.
Se o PSDB acabar, não será por culpa de Lula, mas por méritos próprios e intransferíveis. Raras vezes na história política moderna do Brasil, se é que alguma, se viu um partido de ponta ir tão freneticamente contra o zeitgeist, o espírito do tempo, na palavra alemã.
Numa era em que o combate à desigualdade está no topo das prioridades dos homens públicos em todo o mundo, o PSDB cultiva suicidamente um tipo de eleitor que despreza a expressão justiça social e faz tudo pela manutenção dos próprios privilégios.
A segunda coisa curiosa que leio é que a candidatura de Lula a governador de São Paulo evidenciaria o projeto de permanência no poder do PT.
Pausa para risadas.
Nunca ouvi falar de nenhum partido que não almejasse ficar no poder. Numa democracia, isto só é possível se as urnas ajudarem.
Quem não quer Lula em São Paulo em 2014, e no Brasil nunca mais, tem que conseguir apenas uma coisa: votos.
Esta é a beleza de uma democracia – o pior regime que existe exceto todos os outros, para usar a grande frase de Churchill.
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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A VOLTA DE FELIPÂO

Por Matheus Pichonelli (Carta Capital)


O atacante Luan, do Palmeiras, tem provavelmente o pior aproveitamento do Campeonato Brasileiro entre os jogadores da posição. Ele não faz gol, não cabeceia, não sabe cruzar, não acerta passe (a não ser quando erra), vive sendo expulso por bobagem. Mas marca e corre o jogo todo e, assim, se tornou um dos talismãs de Luiz Felipe Scolari em sua segunda passagem pelo Palmeiras – aquela em que levou o clube ao seu primeiro título nacional da era pós-Parmalat (sim, fazia tempo) e, ao mesmo tempo, abriu um buraco para o rebaixamento poucas semanas depois.
Luiz Felipe Scolari durante treino na Copa em 2002.
É possível que os vizinhos de Luan tenham ouvido um grito de alegria quando foi confirmado o retorno do treinador à seleção brasileira, exatos dez anos depois da conquista do penta na Copa do Japão e da Coreia.
Havia, inclusive, alguns Luans naquele time vitorioso: Belletti, Kleberson, Anderson Polga…Tinha tudo para ser uma tragédia. Deu no que deu.
Quem já teve o time treinado por Felipão e seu fiel escudeiro, Flávio Murtosa, sabe o que é viver na era dos extremos. Os fãs dirão sempre que a Copa de 2002 foi vencida graças ao treinador, que instituiu a família Scolari, apostou em nomes de sua confiança, fez pouco caso de Romário e botou a máquina para funcionar. Outros dirão que a Copa foi vencida apesar dele. E que os méritos são todos de Rivaldo e Ronaldo, os dois últimos gênios do futebol brasileiro.
No que os fãs revidariam: com Oseas e Paulo Nunes, ele foi campeão do mesmo jeito.
Não deixa de ser verdade.
Como é verdade também que, desde a Copa de 2002, Felipão deixou de fazer jus, muitas vezes, ao título de super-treinador, obtido com mérito graças às conquistas dos times sob seu comando, sobretudo a partir dos anos 1990 (três Copas do Brasil, um Brasileiro, duas Libertadores e, claro, a Copa do Mundo). Desde então, o máximo que conseguiu foi levar a seleção de Portugal a uma final de Eurocopa e às semifinais da Copa de 2006. Não é pouco, dirão os fãs. Mas perdeu para a Grécia (a Grécia!) uma final ganha, dirão os detratores.
Felipão deixou o Palmeiras em baixa quando a queda para a Série B parecia inevitável. Os torcedores que o adoram dirão sempre que ele fez o que pôde e, se tivesse um elenco melhor, seria campeão brasileiro, da Libertadores, do Mundial de Clubes e da Recopa em Marte. Os desconfiados dirão que ele foi embora tarde. Que a responsabilidade por escalar o time (e afastar atletas como o atacante Kleber) era dele e lembrarão sopapos homéricos, como os 6 a 0 para o Coritiba e as surras para os maiores rivais (perdeu a maioria dos confrontos para Corinthians e São Paulo).
Goste-se ou não, um velho jeito de jogar futebol parece a caminho da seleção. Sem Mano Menezes, o time ganha carisma, é fato, mas pode sofrer com a volta de velhos Luans (ou a estreia do atacante palmeirense que dá nome ao adjetivo). As dúvidas são muitas. Jogaremos com oito volantes? Marcos Assunção será o camisa dez? O esquema vai ser “bola na área e salve-se-quem-puder”? Resgataremos o 9-0-1?
Em 2002 não foi assim. O time aprendeu a colocar a bola no chão e levou o título de forma invicta, batendo times como a Inglaterra e a Alemanha. (“Roubaram a Bélgica nas oitavas, a Inglaterra era um lixo e a Alemanha jogou sem o Ballack!”, gritam aqui os pessimistas).
Felipão volta à seleção, portanto, da mesma forma que a encontrou pela primeira vez: sem unanimidade. Pode ser um tira-teima. Agora não haverá Ronaldo nem Rivaldo. Neymar vai desencantar? Kaká será capaz de liderar o time? Ganso vai ganhar chance? A zaga vai funcionar?
As dúvidas são muitas, mas uma coisa parece certa. Felipão é o nome certo para torneios de tiro-curto. Estrela ele tem. Currículo também. Só que a mesma estrela e o mesmo currículo andam meio apagados pelo tempo. Com ele – e o provável coordenador técnico Carlos Alberto Parreira – de volta, a seleção brasileira será a equipe com mais cara de anos 1990 entre os rivais, que se inovaram, se reciclaram e se tornaram mais competitivos. Isso é ruim? Talvez não. Mas é bom lembrar: em 1994, o competitivo Grêmio de Felipão e Jardel era capaz de bater a Espanha de Javier Clemente e Luis Enrique. Hoje todo time de Felipão é uma versão atualizada daquele Grêmio vitorioso, mesmo sem a letalidade dos velhos tempos. A Espanha de Xavi e Del Bosque, por sua vez, é nem sombra daquela escola. Não por acaso, é a atual bicampeã europeia e campeã do mundo.
Nem sempre talento ganha jogo, diz o chavão, e é justamente a falta de talento que tem tirado, nos últimos anos, o brilho da seleção – e não apenas os eventuais erros de treinadores como Mano Menezes e Dunga.
Felipão terá um ano e meio para recuperar esse brilho duplo, dele e da seleção. E só o título dirá como ele será lembrado a partir de agora: se como o salvador que fez dois raios cair num mesmo lugar ou se como o homem que ofuscou a própria história conquistada 12 anos antes. É um desafio arriscado. Mas desafio não é para fracos. E fraco Felipão já mostrou que não é.
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JEFFERSON SE CONSAGRA NO SUPREMO. É UM HERÓI DA PÁTRIA !


O próximo passo será o Ministro (Collor de) Mello recomendar ao Papa a beatificação de Jefferson

Saiu no Globo: STF REDUZ PENA DE JEFFERSON POR REU TER DENUNCIADO ESQUEMA DO MENSALÃO

Ao retomarem nesta quarta-feira o cálculo das penas dos réus condenados no mensalão, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) caminham para encerrar o julgamento do processo, quarenta e nove sessões após o início dos debates, no dia 2 de agosto. O primeiro réu a ter a pena analisada foi o ex-deputado Roberto Jefferson, delator do esquema de compra de votos, que pegou, no total, seis anos, onze meses e 24 dias de prisão – em regime semiaberto – além do pagamento de R$ 746,2 mil, referentes a 287 dias/multa.
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O Supremo levou em consideração o valioso papel de Thomas Jefferson na tarefa Suprema de algemar o Dirceu.
Por isso, sua pena foi reduzida.
Lewandowski lembrou que, até hoje, Jefferson não disse onde estavam os R$ 4 milhões que recebeu do PT para pagar despesas de campanha ( e não para votar com Lula …).
(Como se sabe, até hoje, não se provou a existência de um mensalão.)
Lewandowski deu a entender que seria preciso, primeiro, saber qual o Jefferson que era Heróico: se o que disse que o culpado era o Dirceu, ou se quando disse que o culpado era o Lula, ou que não houve um mensalão.
Sim, porque o Jefferson disse qualquer coisa.
Desde cedo, porém, segundo (Collor de) Mello, se soube que o Supremo entendia que Jefferson era um Herói da Pátria.
(Panteão que, agora, conta com a inestimável contribuição do Cyonil –, outro Herói do jn.)
Breve, Jefferson continuará a carreira de astro da tevê.
Não dormirá uma única noite atrás das grades.
Vai poder trabalhar à noite.
Pode fazer parte da bancada de “analistas” políticos da GloboNews – única seção eleitoral em que o Lula perdeu a ultima eleição -, ou ancorar o programa “Entre Caspas”, de palpitantes entrevistas sobre o que aconteceu – ante-ontem.
Resumo da ópera: o Valdemar da Costa Neto e o Thomas Jefferson levaram penas inferiores à do Dirceu…

Paulo Henrique Amorim
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Lula é homenageado em evento da Pirelli

Lula rouba holofotes de Sophia Loren na noite do calendário Pirelli

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva roubou os holofotes da atriz italiana Sophia Loren na cerimônia de apresentação do calendário Pirelli 2013, na noite desta terça-feira (27), no Rio de Janeiro.
Lula foi um dos últimos convidados a chegar à festa, celebrada no Píer Mauá, e desviou a atenção até mesmo dos famosos estrangeiros presentes, como o ator Owen Wilson, que pediu para tirar uma foto com o ex-presidente no meio do jantar.
O ex-líder foi homenageado durante o evento e recebeu um prêmio das mãos do presidente da Pirelli, Marco Tronchetti Provera, por seu trabalho à frente do governo brasileiro entre 2003 e 2011.
Em seu discurso, Lula elogiou Sophia Loren, a maior estrela da noite, ao dizer que os jovens “não tiveram o privilégio” de vê-la no cinema.
O político também avaliou os avanços econômicos e sociais que o país experimentou nos últimos anos e que fizeram o Brasil mais “respeitado no mundo”.
“O Brasil não desperdiçará o século 21, como fez com o 20”, afirmou Lula, que foi calorosamente aplaudido pelos cerca de 600 convidados, em sua maioria do mundo do espetáculo e dos negócios.
Lula estava sentado na mesa de honra, que compartilhou com o magnata Eike Batista.
O ator Rodrigo Santoro foi o mestre de cerimônias da noite, que teve apresentações dos cantores Carlinhos Brown e Marisa Monte.
A festa tinha como motivo a apresentação do calendário Pirelli, que em sua edição de 2013 foi realizada pelo fotógrafo de guerra Steve McCurry.
Lula chegou ao Píer 2 cercado de forte esquema de segurança. Havia expectativa de que ele não comparecesse, diante da divulgação de investigações da Polícia Federal (PF) sobre sua amiga e ex-funcionária Rosemary Noronha, indiciada por suspeita de corrupção.
Rosemary foi demitida no sábado (24) do cargo de chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo pela presidente Dilma Rousseff, em meio à operação Porto Seguro da PF.
Lula chegou acompanhado do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT). Logo depois chegaram o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), e o vice-governador, Luiz Fernando Pezão.
Ficou acertado com os promotores do evento que o ex-presidente não falaria com a imprensa. Havia dezenas de jornalistas na entrada da festa. Lula passou rápido, sem responder aos pedidos de entrevista, mas sempre sorrindo e acenando.
Lula falou brevemente com a atriz italiana Sophia Loren. Disse ser “um privilégio” estar com ela e que assistiu a inúmeros filmes com a participação da atriz. Ela veio ao Brasil entregar o troféu criado pela Pirelli especialmente para Lula.
Entre os convidados estavam pilotos e representantes de equipes de Fórmula 1, além de modelos e gente do mundo da moda. Os empresários Eike Batista e Daniel Klabin estavam entre os poucos representantes da indústria.
Quando subiu ao palco, Sophia Loren foi aplaudida de pé por boa parte dos presentes. Já Lula foi aplaudido quando citou que 28 milhões de brasileiros saíram da pobreza extrema e 40 milhões ascenderam à classe média durante seu governo.
Mas o entusiasmo com o ex-presidente só ficou mais claro quando comentou, em tom de brincadeira, que “calendário com mulher bonita é sempre um sucesso, estando elas vestidas ou não”.
Lula foi embora antes de o prato principal do jantar ser servido. Cabral e Pezão deixaram o evento junto com o ex-presidente, combinando um encontro com Lula para esta quarta-feira (28).
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PROCURADORA DESMONTA FRAUDE DO PIG


Sobre o herói do jn: “Ele [Cyonil] é um corrupto que sofreu um golpe, porque recebeu um calote do pagamento, não pagaram tudo e ele resolveu denunciar o esquema”.

Saiu na Agencia Brasil: POLÍCIA E PROCURADORIA TÊM 600 PÁGINAS DE INVESTIGAÇÃO SOBRE ROSEMARY

A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria da República em São Paulo têm 600 páginas com conteúdo da investigação sobre a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha. Ela é acusada de participar de um esquema criminoso infiltrado em órgãos federais, alvo da Operação Porto Seguro, deflagrada na última sexta-feira (23).
A Casa Civil exonerou Rosemary do cargo, na última segunda-feira (28), e abriu investigação interna sobre o caso. A PF recolheu e fez cópia da memória de computadores e documentos em posse da ex-chefe de gabinete. Sua sala, no escritório da Presidência da República em São Paulo, e sua casa foram alvo de ação da PF.
De acordo com a procuradora da República Suzana Fairbanks, que coordenou a investigação no Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, em conjunto com a PF, Rosemary tinha acesso a pessoas com “os cargos mais altos” do governo e vendia sua influência. (…)
A procuradora ainda rebateu a informação de que ocorreram centenas de telefonemas entre a ex-chefe de gabinete e Lula. “Eu não sei de onde saiu isso, porque nunca tive acesso a isso. Vocês podem virar de ponta cabeça o inquérito, em toda a investigação”.
Sobre o ex-ministro José Dirceu, Fairbanks disse que, apesar de ele ter sido citado nos e-mails de Rosemary, não há indícios de sua participação no esquema. “Não tem uma relação direta dele [Dirceu] de sociedade [no esquema] ou de eventual lucro”, destacou.
A procuradora disse que ainda poderá pedir a prisão de Rosemary “de acordo com a necessidade da investigação”, que depende da averiguação do material apreendido. Rosemary responde pelos crimes de tráfico de influência e corrupção passiva. (…)
“Ele [Cyonil] é um corrupto que sofreu um golpe, porque recebeu um calote do pagamento, não pagaram tudo e ele resolveu denunciar o esquema. Eram R$ 300 mil [o prometido] e ele recebeu R$ 100 mil, e ficou cobrando os outros R$ 200 mil”, destacou.
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Diante do acima exposto, Cyonil, exuberante personagem do jornal nacional, se senta à direita do Deus PiG, ao lado do Thomas Jefferson.
Viva o Brasil !
Quem manda não ter uma Ley de Medios !
Clique aqui para ler “PF tira Lula dessa”.

Paulo Henrique Amorim
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Após câncer, Chávez viaja a Cuba para realizar tratamento terapêutico

Presidente venezuelano fará tratamento de rotina antes de começar novo mandato, em 2013

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, viajará nesta terça-feira (27/11) a Cuba para submeter-se a um "tratamento especial", seis meses depois da última sessão de radioterapia à qual foi submetido por conta de um câncer.
Chávez enviou à Assembleia Nacional um pedido solicitando permissão para ausentar-se do país, requisito previsto na Constituição quando o presidente permanece no exterior por mais de cinco dias.
"Solicito que seja autorizada minha ausência do território nacional a partir de 27 de novembro do ano em curso e a permanência em nossa irmã República de Cuba" para dar continuidade ao tratamento contra a doença, afirmou em uma carta lida pelo presidente do Parlamento, Diosdado Cabello, que autorizou a viagem. "Fui recomendado a iniciar tratamento especial que consiste em várias sessões de oxigenação hiperbárica que, junto à fisioterapia, seguem consolidando o processo de fortalecimento da saúde que venho experimentando", disse Chávez em sua solicitação.
Chávez advertiu, no entanto, que apresentará à Assembleia Nacional no dia 10 de janeiro seu plano de governo para o próximo mandato, que vai de 2013 a 2019.
O presidente venezuelano realizou três cirurgias em Cuba para se curar de um câncer desde junho do ano passado.
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Lula é o grande alvo do PIG

O segredo da vida eterna de Jagger e Richards


No show da O2 Arena, em Londres

Por: Kiko Nogueira

Um dos maiores mistérios da humanidade, juntamente com o sentido da vida, é como Mick Jagger ainda consegue se sacudir durante duas horas e meia num show dos Rolling Stones, aos 69 anos de idade, sem ter um ataque cardíaco, um AVC ou coisa que o valha. Sua energia, e a de sua banda, naturalmente, levantaram a O2 Arena, em Londres, há dois dias. O tabloide inglês Daily Mail publicou uma matéria sobre a disciplina do cantor e sua obsessão pela forma física. Obsessão doentia – mas ele depende disso para viver, afinal.
Seu pai, Joe Jagger, era um professor de educação física e instilou no filho o gosto pelos exercícios. Jagger tem um personal trainer norueguês chamado Torje Eike, que já treinou jogadores de futebol, atletas olímpicos (e a ex-Spice Girl Geri Halliwell). Na preparação de uma turnê, corre 12 quilômetros por dia, nada, pratica kickboxe e pedala, além de frequentar uma academia. Faz também aulas de balé, ioga e pilates. No camarim, se aquece numa esteira, mas sem exageros para aguentar os 20 quilômetros que, em média, percorre no palco.


Jagger na aula de balé

Os anos de abuso de álcool e drogas ficaram para trás, aparentemente. De acordo com o DM, ele bebe raramente hoje em dia. É chegado em vitaminas e remédios naturais. Sua dieta básica alimentar consiste em pão integral, batatas, arroz, feijão, massa, frango e peixe. Quatro horas antes de subir ao palco, come um prato de massa. A ex-mulher do guitarrista Ronnie Wood, Jo, apresentou-lhe às virtudes do abacate. Na hora de dormir, Jagger aplica cremes anti envelhecimento na face e nos olhos. Mais exatamente, das marcas Clarin e Lancome. Um creme facial à base de extrato de caviar também entra na receita.
Por último, mas não menos importante, Mick Jagger não abre mão de um ingrediente que vem dos primórdios dos Stones, tradição desde 1962: sexo. Mais frequentemente, com a atual namorada L’Wren Scott, designer de moda.
O método de seu parceiro Keith Richards é um pouco mais heterodoxo. Usuário de heroína por 15 anos, com algumas overdoses pelo caminho, Keith ainda fuma e bebe vodka com suco de laranja. Come de tudo um pouco, várias vezes, ao longo do dia. Em sua autobiografia, conta qual é sua receita de salsichas com purê de batatas, prato tradicional inglês. Havia um boato de que fazia transfusões anuais de sangue de cavalo. Keith não pode ser morto por métodos convencionais. Reza a lenda que nas noites de lua cheia seis virgens são oferecidas em sacrifício em seu nome.
Jagger está um pouco melhor na aparência. O vício custou a Keith os dentes, que foram trocados, e ele aparenta ter entre 70 e 3 milhões de anos. Os dois estão aí, mandando bala – e tudo indica que continuarão assim pelos próximos séculos. Alguma coisa deve estar dando certo.


Keith não pode ser morto por métodos convencionais
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Cunha recua na CPI do Cachoeira


Pressionado pela reação em bloco dos grandes meios de comunicação, relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), disse que aceita retirar de seu texto os pedidos de investigação contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de indiciamento contra o diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Jr. O PT amarelou?

247 - Os parlamentares da CPI do Cachoeira tiveram uma oportunidade de ouro para discutir como se fabricam escândalos no País. O caso Carlinhos Cachoeira expôs relações perigosas -- e próximas demais -- entre a revista Veja e um bicheiro, e havia indícios de que Cachoeira estaria na gênese das primeiras denúncias do mensalão (releia "Cachoeira e Demóstenes armaram o mensalão"). Não bastasse, o escândalo surgiu quando a Inglaterra inquiria o magnata da mídia Rupert Murdoch, por causa dos grampos de seu News of the World. Mas orecuo do relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG), abrindo mão do pedido de indiciamento de Policarpo Júnior, jogou a oportunidade fora de vez.
Nas primeiras reuniões da comissão de inquérito, parecia inevitável a convocação não apenas de Policarpo, como também de Roberto Civita, o comandante do Grupo Abril. O medo na Abril era tão grande que até Fábio Barbosa, presidente executivo do grupo, foi escalado para ir a Brasília e negociar a não convocação de Civita (que se tratava de um câncer) e Policarpo (relembre em O que Fábio Barbosa foi fazer em Brasília?).
Fábio Barbosa procurou vários líderes políticos, e até o ex-ministro José Dirceu. Já João Roberto Marinho, da Rede Globo, foi ao vice-presidente da República, Michel Temer. Se houve acordo sobre o assunto, não e sabe. Mas o fato é que nem Civita nem Policapo foram convocados; e, com a condenação dos principais réus petistas no julgamento do mensalão, Veja, que falava na CPI como cortina de fumaça contra a Ação Penal 470, reacelerou as turbinas e soltou fogos.
Quando tudo já estava perdido para o PT, o partido ainda tentou aprovar um relatório com o indiciamento de Policarpo Júnior, que nem sequer fora convocado para depor à comissão. Nem isso, contudo, os amendrotados petistas vão conseguir.
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terça-feira, 27 de novembro de 2012

OCDE REBAIXA PAÍSES RICOS E ELEVA O BRASIL


Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico corta estimativas e prevê que a economia da zona do euro irá contrair 0,4% este ano e outro 0,1% no ano que vem; para os Estados Unidos, a previsão é de crescimento de 2,0% no ano que vem; em contrapartida, o Brasil deverá crescer 4,0% em 2013, aceleramento significativo comparado à alta de 1,5% esperada para este ano.

Reuters – A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou suas previsões para o crescimento global nesta terça-feira, alertando que a crise da dívida na zona do euro é a maior ameaça à economia mundial.
À luz do cenário econômico ruim, a OCDE pediu que os bancos centrais se preparem para mais afrouxamento monetário excepcional se os políticos não conseguirem dar respostas críveis à crise da dívida.
O órgão sediado em Paris, em seu relatório semestral Perspectivas Econômicas, previu que a economia global crescerá 2,9% este ano, antes de expandir 3,4% em 2013. A estimativa marcou uma forte queda desde a última projeção da OCDE em maio, de 3,4% para este ano e de 4,2% em 2013.
A zona do euro está enfrentando dois anos de contração econômica, enquanto os Estados Unidos correm o risco de entrar em recessão se os parlamentares do país não chegarem a um acordo para evitar uma combinação de aumentos de impostos e cortes orçamentários que entrarão, caso contrário, em vigor no ano que vem.
Desde que o impasse em Washington seja superado, a maior economia do mundo irá crescer 2,0% no ano que vem, estimou a OCDE, cortando sua projeção de 2,6% em maio. "O abismo fiscal norte-americano é uma fonte muito importante de preocupação, mas o maior risco continua sendo a zona do euro", afirmou o economista-chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan, em entrevista à Reuters.
Ao cortar suas estimativas, a OCDE prevê agora que a economia da zona do euro irá contrair 0,4% este ano e outro 0,1% no ano que vem, apenas retornando ao crescimento em 2014, com uma taxa de 1,3%. A OCDE alertou que condições financeiras divergentes dentro da união monetária europeia ameaçam dividi-la se as autoridades falharem em conter a crise da dívida.
No Brasil
Em contrapartida, a Organização prevê crescimento de 4,0% para o Brasil em 2013, um aceleramento significativo se comparado à alta de 1,5% esperados para o PIB deste ano pela OCDE. Para 2014, a entidade projeta que o País cresça ainda mais: 4,1%.
A taxa de crescimento prevista para o Brasil neste ano é a menor dos Brics – bloco formado por Rússia, Índia, China e África do Sul). A maior previsão de crescimento é a da China, 7,5%. Depois vêm a Índia (4,4%), a Rússia (3,4%) e a África do Sul (2,6%). Mesmo assim, os números apontam uma grande distância entre a situação brasileira e a de países europeus.
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Compensações ambientais de Belo Monte são exemplo para o mundo


Rio Xingu (PA)

Nem todos deram a devida atenção, mas há um aspecto de fundamental importância no financiamento aprovado pelo BNDES para a hidrelétrica de Belo Monte, no Xingu (PA).
Dos R$ 22,5 bilhões que serão financiados, R$ 3,2 bilhões serão usados para compensações dos impactos ambientais e sociais.
Esse valor é um exemplo para o mundo e desmente todo o discurso dos que se opõem à construção da usina. Belo Monte será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo e representará uma condição essencial para a redução do uso de combustíveis fósseis e poluentes na produção de energia.
Segundo o BNDES, esse é o maior valor de um empréstimo do banco na história concedido a um único projeto. O empreendimento todo está avaliado em quase R$ 29 bilhões.
E os R$ 3,2 bilhões também representam o maior valor já aprovado para iniciativas socioambientais, equivalente a 11,2% do total de recursos aplicados na usina. Para cada liberação de recursos, deverá ser comprovada a regularidade ambiental do projeto. Ou seja, o governo está absolutamente comprometido com a questão socioambiental, contrariando o discurso fácil de quem se opõe a Belo Monte.
O financiamento inclui ainda a aprovação de R$ 3,7 bilhões para compra de equipamentos dentro do Programa de Sustentação de Investimento (PSI). O projeto deverá criar 18,7 mil postos de trabalho diretos e 23 mil indiretos durante as obras.
A energia gerada por Belo Monte vai representar 33% da expansão de capacidade do país prevista entre 2015-2019, equivalente ao abastecimento de 18 milhões de residências (60 milhões de pessoas) ou ao consumo das regiões Sul e Nordeste juntas.
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DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA É O MENOR JÁ REGISTRADO


Derrubada ilegal de árvores na Amazônia Legal atingiu a menor taxa anual de desmatamento desde que a região começou a ser monitorada pelo governo, em 1988. Expansão da área desmatada caiu de 6,4 mil quilômetros quadrados para 4,6 mil quilômetros quadrados por ano, segundo dados apresentados pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. 

Agência Brasil

Brasília – A derrubada ilegal de árvores na Amazônia Legal atingiu a menor taxa anual de desmatamento desde que a região começou a ser monitorada pelo governo, em 1988. De acordo com os dados divulgados hoje (26) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a expansão da área desmatada caiu de 6,4 mil quilômetros quadrados para 4,6 mil quilômetros quadrados por ano.
Os resultados se referem ao período de agosto de 2011 a julho deste ano comparado aos 12 meses anteriores. "É a menor taxa de desmatamento da história. Tem o grande marco que é jogar o desmatamento abaixo dos 5 mil quilômetros quadrados", comemorou a ministra.
"Ouso dizer que esta é a única boa noticia ambiental que o planeta teve este ano do ponto de vista de mudanças do clima. Em relação aos compromissos de metas voluntárias de redução de emissões estamos bastante avançados", acrescentou.
A meta voluntária definida pelo governo brasileiro é reduzir a expansão anual da área de desmatamento ilegal da Amazônia para 3,9 mil quilômetros quadrados até 2020. Com o novo índice, fica falando apenas redução de 4% para que a área ambiental atinja a meta, oito anos antes do prazo.
A redução da área registrada por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) representa queda de 27% da área degradada por madeireiros ilegais, na comparação com o mesmo período anterior. O intervalo desses 12 meses é consolidado anualmente no Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Inpe.
Os dados mostram que o desmatamento aumentou apenas em três estados. Em Tocantins, a derrubada ilegal de árvores aumentou 33%, chegando a 53 quilômetros quadrados por ano. No Amazonas, a degradação aumentou 29%, chegando a 646 quilômetros quadrados e, no Acre, a ação dos infratores avançou 10% na região, atingindo 308 quilômetros quadrados.
De acordo com a ministra, embora não tenham sido identificadas todas as causas da elevação do desmatamento nesses estados, no Tocantins o problema está associado ao Cerrado Amazônico, que permite reserva legal de 35%. "Como os estados ainda não tornam disponíveis as informações do que é legal e do que é ilegal, não conseguimos identificar quanto do aumento desse desmatamento está associado a incremento de infraestrutura e de supressões legais", informou.
No Amazonas, segundo Izabella Teixeira, ainda existe forte pressão de migração em torno da BR-317, na região de Apuí, onde existem denúncias de grilagem de terra. Conforme a ministra, a região está sendo monitorada. Com relação ao Acre, disse que não há informações.
"Possivelmente, trata-se de expansão urbana ou incremento de ocupação de território. Estamos perguntando ao governo do estado o que está sendo autorizado e o que os autos de infração do Ibama mostram, o que não tem licença ou que está com atividade ilegal. Por exemplo, [o agricultor] tem autorização para suprimir 10 hectares e suprimiu 30 hectares".
O estado do Pará continua sendo o mais atingido pelos criminosos. A área de desmatamento ilegal no estado é a maior da região, chegando a quase 1,7 mil quilômetros quadrados. Ainda assim, na comparação entre os períodos de 12 meses, o desmatamento foi reduzido em 44%.
No período monitorado pelo Prodes, os fiscais do Ibama apreenderam 329 caminhões, 95 tratores, 143 outros veículos e 111 motosserras, além de mais de 130 mil metros cúbicos de madeira e 12 mil metros cúbicos de carvão. As operações de combate e prevenção ao desmatamento na região também resultaram na emissão de 3,4 mil autos de infração, somando o valor de R$ 1,6 bilhão.
A arrecadação de multas é um dos pontos mais frágeis das ações de fiscalização. Por ainda haver limitações tecnológicas, detalhes como erro nas coordenadas que apontam o local flagrado pelos fiscais fazem com que algumas multas sejam suspensas. Os infratores usam os erros nas infrações como manobra para anular a cobrança.
Segundo Izabella Teixeira, a partir do ano que vem, a fiscalização será feita eletronicamente. Ao apresentar um novo aparelho que será utilizado pelos agentes ambientais, a ministra destacou que as operações ambientais vão entrar em um novo patamar a partir do ano que vem.
"À medida que reduzimos o desmatamento, o desafio cresce. A partir de 2013, as ações serão marcadas por uma nova visão de operar tecnologia e planejamento estratégico e inteligência do monitoramento da Amazônia. Os modelos estão sendo revistos e nosso objetivo é acabar com a ilegalidade do desmatamento na Amazônia", disse.
O novo projeto, que vai garantir precisão aos dados, custou R$ 15 milhões aos cofres públicos. As equipes de fiscais ainda estão sendo capacitadas para usar os aparelhos eletrônicos de infração e, segundo Izabella Teixeira, a partir de janeiro do ano que vem todas as equipes federais distribuídas no país terão um aparelho com tecnologia similar à de um celular, ligado diretamente a um banco de dados.
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O inútil esforço para destruir um mito


Por Miguel do Rosario 

O Globo de hoje oferece um interessante estudo de caso. A Polícia Federal prendeu diretores de agências reguladoras e a chefe do escritório da presidência da república em São Paulo, a senhora Rosemary Noronha. Um lamentável episódio que merece mesmo a primeira página dos jornais. Até aí tudo bem. O Globo, no entanto, força tremendamente a barra ao usar o escândalo para atingir Lula.



Primeiramente, o escândalo não tem nada a ver com o mensalão. Encontraram ligações entre Valdemar Costa Nesto e Paulo Vieira, diretor da Anac, mas o teor das conversas e o histórico de ambos revelam que o interesse comum eram negócios no Porto de Santos. Não tem nada a ver com mensalão, nem com Lula. Valdemar já foi diretor da Companhia Docas de São Paulo (Codesp) e o grupo de Vieira atua na mesma região portuária.


Falar em “elo” entre os dois escândalos seria como encontrar conexão entre a privataria tucana e os desvios de verba nas obras do Rodoanel em São Paulo. Pode haver personagens em comum, porque os mesmo corruptos operam em frentes distintas. Mas uma coisa não tem a ver com outra.
Mas isso é o de menos. A cachorrada mesmo é a perseguição implacável de Lula.
Vejam só. Uma funcionária de terceiro escalão é apanhada pela Polícia Federal e a foto de quem aparece com destaque na página 4?



A obsessão por Lula é doentia. Ora, culpem Dilma ao menos! Ela é a presidente! Um ataque a Dilma seria prejudicado, no entanto, pelo fato de que as prisões foram feitas pela própria Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério da Justiça e, portanto, à presidente.
Observe ainda que a manchete da página foi feita com uma frase de segunda mão:
— Eu me senti apunhalado pelas costas (…) desabafou Lula, segundo gente com quem ele conversou.
Segundo gente?
A coisa é ainda mais cretina, porque a frase não apenas vira manchete, com direito à foto do homem, como será mote de uma coluna inteira de Noblat, dedicada apenas a insinuações levianas, irresponsáveis e caluniosas acerca do ex-presidente.
Lula foi presidente da república, ou seja, praticamente todos os funcionários federais, concursados ou indicados, estavam subordinados a ele. Foi Lula quem aparelhou e fortaleceu a Polícia Federal, permitindo que ela investigasse membros do próprio governo. Por isso mesmo, culpar o ex-presidente por malfeitos de mequetrefes de terceiro escalão é apenas uma tentativa canhestra (a trilionésima) de lhe enfraquecer politicamente.
A coluna de Noblat é um agrupamento de imbecilidades, mas já que a moda hoje é reciclar lixo, talvez encontremos também algum uso para suas cretinices. O texto de Noblat segue em negrito, o meu em fonte normal. Se alguém reproduzir, favor cuidado para manter a diferenciação.
Enganado de novo?, por Ricardo Noblat
Ao se convencer que o Supremo Tribunal Federal seria duro com os réus do mensalão e despacharia para a cadeia cabeças coroadas do seu governo, Lula observou outro dia numa roda de amigos: “Não serão juízes que escreverão o último capítulo da minha biografia, mas o povo”.
Noblat e seu jornalismo fofoca… Lula observou outro dia numa roda de amigos…
A memória coletiva é falha. Não costuma guardar frases longas. Lula poderia ter dito algo do tipo: “A História me absolverá”. Foi Fidel Castro quem disse em 1953 depois da tentativa malsucedida de assaltar o quartel de Moncada na província de Santiago de Cuba. Como advogado, e ótimo orador, fez questão de se defender no tribunal. Aí cometeu a frase. Não sei se a História absolverá Fidel. No caso de Lula é ainda cedo para prever quem escreverá o último capítulo de sua biografia. Só digo para não confiar muito no povo.
Noblat deixa bem claro aí o objetivo de seus patrões: como não conseguiram destruir Lula enquanto presidente, a missão agora é destruir a sua história. Só rindo. Vejamos os exemplos que virão.
Em 1960, por exemplo, Jânio Quadros se elegeu presidente com uma votação recorde. Renunciou com sete meses de governo. Imaginou voltar ao poder nos braços do povo. Desconfiado, o povo não se mexeu. Na véspera de tomar posse em 1985, o presidente Tancredo Neves baixou hospital. Viveu apenas mais 39 dias para ser operado sete vezes. Foi uma comoção. Um ano depois, pouca gente ainda o citava.
Que coisa mais estúpida. Comparar Jânio Quadros, candidato da UDN, conservador, que não fez nada pelos pobres, nem pelo desenvolvimento, nem pela democracia, a Lula… Sem comentários. Tancredo Neves nunca foi eleito pelo povo, e sim escolhido numa eleição indireta monitorada pelos militares, então nem conta. Sorry, Noblat, mas Lula governou oito anos, elegeu sua sucessora, acaba de eleger o prefeito de São Paulo, e durante seu governo registrou-se, no Brasil, a maior ascensão sócio-econômica já vista no planeta.
Lula só terá a chance de ver o povo escrever o último capítulo de sua biografia se for de novo candidato a presidente. Do contrário, o mensalão ficará para sempre como o desfecho de uma trajetória – toda ela – excepcional.
Besteira. Mesmo com a mídia, sobretudo a paulista, bombardeando todos com ataques maciços de mensalão, o candidato do PT ganhou em São Paulo. O desfecho da trajetória de Lula sempre será o desempenho concreto de seu governo. O mensalão, embora nascendo de problemas reais de caixa 2, acabou por se tornar muito mais um ataque da oposição midiática, e sua incrível pressão sobre judiciário, do que um erro de Lula, que aliás nem é citado na Ação Penal 470.
Quem diria que um fugitivo da miséria do Nordeste, um ex-torneiro mecânico semianalfabeto, governaria o Brasil duas vezes? E elegeria seu sucessor? Quem diria que o partido dele, dono do discurso da ética e da honradez, patrocinaria um dia o maior escândalo de corrupção da história recente do país?
Bem, maior escândalo segundo que parâmetros? Essa é a primeira grande falácia midiática quando fala do mensalão. Muitos outros escândalos envolveram valores maiores. Só o do Marka e Fontecidam, que receberam informações privilegiadas do Banco Central, na era tucana, envolve indenização, pedida pela justiça, de R$ 8,4 bilhões… Já o mensalão foi um escândalo de corrupção curioso, onde os principais envolvidos, como Genoíno, é um durango kid que mora na mesma casa há 30 anos, Silvio Pereira gerencia um pequeno restaurante da família, e a ex-mulher de Dirceu ganhou um… empréstimo para comprar um apartamento e um… emprego meia boca num banco!
É patética a reação de alguns dos condenados do PT às decisões tomadas pelos ministros do Supremo. Sugerem que os ministros trocaram de lado se unindo aos conservadores e reacionários.
Pois foi exatamente isso que aconteceu.
Culpam a imprensa por isso. (Jamais em parte alguma vi uma imprensa tão poderosa…).
Exato. Se estudar a imprensa de outros países, verá que não tem tanto poder real (em dinheiro, em concentração de mercado). Estude também a história da imprensa no Brasil, Noblat. Quer dizer, deixe de ser cara de pau. Você sabe muito bem que a ditadura militar consistiu, entre outras coisas, numa grande operação para aniquilar a imprensa independente, e deixar viva apenas a imprensa reacionária, golpista e servil ao interesses estrangeiros.
E incitam os chamados “movimentos sociais”, movidos a dinheiro público, a promover o “julgamento do julgamento”. Voltaremos à época dos júris estudantis simulados? Se voltarmos estarei dentro!
Sim, Noblat. O julgamento do mensalão foi político. Foram ditos absurdos jurídicos, contrassensos lógicos, e ofendeu-se gravemente princípios democráticos. Não podemos ser governados por juízes-marionetes da mídia.
Os mensaleiros foram sentenciados por uma larga maioria de ministros que Lula e Dilma escolheram.
Essa ladainha, de que os juízes foram escolhidos por Lula e Dilma, não explica muita coisa. Uma mulher escolhe um marido, e de repente descobre que o sujeito é violento e mau caráter. Só conhecemos o personagem através de suas ações. Nunca antes.
A imprensa é livre para defender seus pontos de vista, embora seja falsa a ideia de que atua em bloco cobrando a condenação dos réus. Até porque a maior fatia dela é chapa branca, sempre foi e sempre será. Como não tem independência financeira não pode sequer fingir que tem independência editorial.
Mentira. A grande imprensa no Brasil age em bloco, sim, e já até admitiu que atua como força de oposição. Negar essa realidade é esquizofrenia.
Que tal aproveitar a ocasião e explicar o que o levou a avalizar para cargos importantes do governo nomes indicados por Rosemary de Noronha, secretária de Dirceu durante mais de 10 anos? Ao herdar Rosemary, Lula a promoveu a chefe de gabinete da presidência da República no escritório de São Paulo. Sempre que viajava ao exterior, Rosemary o acompanhava. Pois bem: na semana passada, a Polícia Federal prendeu seis pessoas e indiciou mais 12, acusadas de fraudarem pareceres em agências e órgãos federais. Acusada de corrupção ativa, Rosemary faz parte do grupo, e mais dois irmãos que ela empregou no governo. A nomeação de um deles foi recusada duas vezes pelo Senado em dezembro de 2009. Lula forçou a mão e no ano seguinte a nomeação foi votada pela terceira vez. Finalmente saiu. Por que tanto empenho para atender um pedido de Rosemary?
Exagera-se, como sempre, a participação de Lula. Ora, Lula também “forçou a mão” para eleger Dilma Rousseff, cuja Polícia Federal prendeu Rosemary… Se Rosemary realmente prevaricou, é culpa dela, somente dela, não de Lula. Culpar Lula por erros de terceiros é como culpar Noblat porque sua empregada surrupiou roupas numa loja.
Enganado de novo, Lula? Sei. Seja pelo menos original. Não fale em traição. Nem em apunhalamento pelas costas.
Caso as acusações se confirmem, não é Lula o enganado, e sim o povo brasileiro, a quem todo funcionário público presta juramento de servir com ética. A partir do momento, porém, que a Polícia Federal, aparelhada e fortalecida por Lula, prende altos servidores do governo, a sensação que temos é que o Estado brasileiro, finalmente, começa a desenvolver anticorpos para se livrar de seus parasitas.
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QUE HORAS SÃO? É TARDE, É TARDE…


Bem que o Supremo tentou

Por Saul Leblon, na Carta Maior: QUE HORAS SÃO? É TARDE, É TARDE…

Dilma e Lula tem juntos 45% das intenções espontâneas de voto para 2014.
O conservadorismo personificado em Serra e Aécio, e a alternativa verde estampada em Marina Silva, adicionam ao balaio oposto 9% de menções.
A maiúscula atrofia do campo conservador explode na pesquisa do Ibope divulgada neste domingo. Não por acaso apresentada sob a pátina de uma irrelevante ultrapassagem de quem deixou o governo há dois anos por quem ainda o exerce.
O fato esférico é que a 24 meses das urnas presidenciais, 55% dos eleitores tem um nome de preferência estabelecido. Em 2010, oito meses antes do pleito, 52% dos eleitores não tinham candidatos (23% mencionavam Lula, inelegível).
Hoje, quatro em cada cinco referendam o bloco de forças progressistas que comanda a sociedade e o desenvolvimento do país desde 2003.
Um discernimento tão antecipado não significa voto líquido. Mas a musculatura de largada ilumina uma desvantagem que explica, e explicará cada vez mais, os métodos da tentativa conservadora de voltar ao poder.
Anote-se que o saldo favorável de Lula e Dilma supera inclusive os decibéis midiáticos que há quatro meses martelam hits da Ação Penal 470. Alguém poderá entender, como parece ter entendido pelos movimentos recentes, que não foi suficiente.
O que está em jogo, portanto, não é uma gincana de simpatias.
A resiliência eleitoral de Lula e Dilma apoia-se em pilares objetivos. A implosão da ordem neoliberal avança no seu 5º ano sem que os adoradores de mercado tenham sequer aprumado a capacidade de fazer autocrítica.
A exemplo das políticas que levaram ao desastre, o ajuste que praticam combate o fogo da depressão com o lança-chamas da austeridade.
A Europa já flambada mergulha no seu segundo round recessivo. O Japão aderna. Os EUA atolam no desemprego. Merkel augura: são necessários mais alguns anos de cozimento bem ajustado.
A Espanha completa um ano no caldeirão de Rajoy, do PP, que comunga as mesmas receitas reafirmadas cronicamente pelo aparato conservador brasileiro.
O que elas conseguiram no caso espanhol? O déficit público cresceu (por conta do PIB e arrecadação minguantes); a insolvência financeira empurra a 4ª economia europeia para um resgate ainda mais doloroso; 25% da força de trabalho está na rua –mais 800 mil demitidos irão se juntar a ela este ano.
O contraponto do cenário brasileiro explica o silêncio conservador na disputa econômica.
A taxa de desemprego em setembro foi a menor para o mês dos últimos dez anos: 5,4%, segundo o IBGE.
A massa salarial (novas vagas + aumento real de poder de compra) cresceu quase 5% acima da inflação nas regiões metropolitanas, entre julho e outubro.
Apesar da frágil capacidade de indução estatal e da inexistência de planejamento público, em setembro os investimentos do PAC 2 atingiram 40,4% da meta prevista para o período 2011- 2014.
Quase R$ 386 bi foram aplicados nesse meio tempo em obras de infraestrutura e logística social e urbana.
Distinguir-se daquilo que seria o Brasil se o conservadorismo persistisse no governo é confortante. E pedagógico. Mas não suprime os desafios que a economia tem pela frente, marmorizados na luta pela sucessão.
O arsenal econômico acionado não é suficiente. O grosso do investimento do PAC concentra-se na construção civil (1,9 milhão de casas contratadas no Minha Casa, Minha Vida).
Projetos ferroviários e de infraestrutura mais geral rastejam.
O investimento da indústria brasileira anda de lado. Embora a taxa de juro real, sempre apontada como obstáculo à expansão do setor, seja a menor da história, o parque industrial registrou a 13ª queda seguida no nível de atividade em setembro (na comparação anual).
Sem planta manufatureira sólida nenhuma economia consolida sua autonomia externa. Sem autonomia externa não existe Estado soberano, nem demcracia efetiva.
Não há Nação digna de usar esse nome sem que a sociedade tenha o comando do seu destino. A lição é de Celso Furtado.
A dependência de importações industriais, portanto, não fragiliza apenas a contabilidade em dólares. É também uma questão política.
Ela sonega aos trabalhadores empregos de maior qualidade, aqueles cuja produtividade eleva os salários e permite reduzir a desigualdade intergeracional, a herança trazida da senzala, que requer simultaneamente reformas estruturais –a da terra, a urbana e a do capital acumulado.
O êxito inegável na condução da economia durante a crise não isenta o PT e o governo de encarar contradições crescentes. Compromissos sagrados nas urnas adicionam tensão ao elástico de um sistema democrático que autoriza mais do que os mercados estão dispostos a conceder –e a crise quer estreitar.
O conflito se evidencia na incapacidade de alavancar o investimento público –por indução estatal interditada e insuficiente; bem como em destinar recursos fiscais necessários à saúde e à educação. ‘É preciso fazer mais com menos’, retruca o mesmo editorial a cada 24 horas em algum meio de difusão contrário à taxação da plutocracia e ao controle efetivo sobre a riqueza financeira.
O que o Ibope mostra não é propriamente uma resignação com esses limites –a luta para ir além deles está na pauta da sociedade brasileira. O que ele evidencia de mais sólido é o profundo desencanto com as versões programáticas da casa grande em nossos dias.
Quando maior esse discernimento mais se impõe ao aparato conservador camuflar suas bandeiras amarrotadas em agendas de apelo popular.
A disputa desloca-se do campo estratégico da economia para o uivo udenista.
A guerra aberta contra o PT testa os limites do novo arsenal que consiste em destituir o poder, e os compromissos consagrados nas urnas, mas fazendo-o por dentro das instituições, sobretudo com a exacerbada manipulação da ferramenta judiciária.
A renuncia ao golpe de força é compensada pela força da hipertrofia midiática que se avoca inimputável para coordenar e ecoar a ofensiva.
Quem ainda insiste em delegar a defesa do projeto progressista brasileiro ao exclusivo sucesso econômico –que é crucial, de fato– subestima as contradições políticas inerentes à travessia para um ciclo de crescimento num mundo em convulsão.
Apostar no discernimento compassivo da população diante desse horizonte de instabilidade e acirramento conservador implica não apenas em voluntarismo cego.
Há outras coagulações perigosas implícitas aí. Uma delas consiste em assinar uma pax branca que concede ao conservadorismo o pleito da hegemonia intocável na esfera da comunicação.
É como se uma parte do PT e do governo Dilma não ouvisse os alarmes que soam de forma estridente e continuasse a perguntar: ‘Que horas são?’.
‘É tarde; é tarde’ –responderá um dia o coelho dessa história.
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Jatene poderá gastar até R$ 106,4 milhões por ano com o aluguel de viaturas para o sistema de segurança pública do Pará


O governador Simão Jatene e o secretário de Segurança (de terno), na entrega de viaturas policiais da Delta Construções: nova licitação poderá custar até R$ 106,4 milhões aos cofres públicos estaduais.


No Blog da Perereca

O Governo do Estado poderá gastar até R$ 106,4 milhões com o aluguel de viaturas para o sistema de segurança pública do Pará, nos próximos doze meses.
Pelo menos é esse o valor anual da Ata de Registro de Preços publicada no Diário Oficial do Estado do último dia 20 (caderno 1, página 6).
A ata teve origem no Pregão Eletrônico 029/2012, realizado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup), em 22 de agosto deste ano, para a locação de veículos aos órgãos que integram o sistema.
Os valores previstos nessa ata representam um acréscimo de cerca de 10% em relação aos valores licitados no Pregão Eletrônico 003/2011, realizado pela Segup em maio do ano passado, que teve como grande vencedora a Delta Construções, empresa que teria como sócio oculto o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
E mais: esses R$ 106,4 milhões são apenas o limite inicial de contratação – ou seja, esse valor ainda poderá ser turbinado por aditamentos.
Pior: das seis empresas que venceram o Pregão 029/2012, pelo menos três participaram da licitação juntamente com empresas pertencentes a parentes diretos dos proprietários.
É o caso da Braz e Braz Ltda, contemplada com dois lotes que poderão render até R$ 7,575 milhões com o aluguel de viaturas aos órgãos de segurança, ao longo do próximo ano; e da Norte Locadora e Serviços Ltda, que venceu um lote no valor de quase R$ 1,5 milhão/ano.
Segundo as certidões da Junta Comercial do Pará (Jucepa) apresentadas na licitação pela própria empresa, a Braz e Braz tinha como sócios, pelo menos até abril deste ano, Ricardo Gomes Braz da Silva e Gabriel Baptista Braz da Silva, de 11 anos. Além de Ricardo, também figurava como administradora da empresa Andrea Mazzariol Baptista.
Ricardo e Andrea são pais de Gabriel e, possivelmente, foram ou são casados, já que, nesses documentos, apresentam o mesmo local de residência.
A Braz e Braz tem o nome de fantasia de “Fórmula Zero” e, como endereço atual, a avenida Conselheiro Furtado, 3906.
Mas, além de mãe de Gabriel, a empresária Andrea Mazzariol Baptista também seria filha de Maria Odila Mazzariol Baptista, conforme informação obtida pela Perereca no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
E Maria Odila Mazzariol Baptista é sócia administradora da Norte Locadora e Serviços Ltda, da qual detinha, até o ano passado, 67% das quotas de capital.
Ambas, aliás – Andrea e Maria Odila – são naturais do estado do Espírito Santo.
Além disso, a Norte Locadora, que não tem nome de fantasia na Receita Federal, tem como endereço a travessa Mauriti, 2501 (galpão).
Mas esse endereço também figura em vários sites de busca como pertencente à Braz e Braz e à Fórmula Zero ou, ainda, à Fórmula Zero Rent a Car.
Além da Braz e Braz e da Norte Locadora também participou do Pregão 029/2012 outra empresa do grupo: a R&A Locação de Veículos Ltda.
A R&A (que foi representada nessa licitação por uma certa Giovanna Baptista Braz da Silva) tem como representante legal a mesmíssima Andrea Mazzariol Baptista, conforme os documentos apresentados pela empresa em outra licitação: o Pregão Eletrônico 066/2012, realizado pelo Ministério Público do Estado do Pará, para a locação de viaturas, e que teve a R&A como vencedora
Na Receita Federal, a R&A tem o nome de fantasia de “Formula Zero Rent a Car”.
Hoje, a empresa teria como endereço a avenida Júlio Cesar, conjunto Marex, 3948, mas até recentemente ficava na avenida Senador Lemos, 842.
E o número 842 da Senador Lemos também aparece em vários sites de busca como pertencente a Braz e Braz.
Três outras empresas que participaram do Pregão 029/2012 da Segup também pertencem a um grupo familiar.
A Norauto Rent a Car foi representada no Pregão por Carlos Benedito Adão Teixeira.
Já a AP Rent a Car foi representada por Ana Paula da Costa Teixeira.
E a R da Costa Teixeira Serviços – EPP foi representada por Rafael da Costa Teixeira.
Ocorre que Carlos Benedito e Ana Paula são pais de Rafael e, possivelmente, casados. A filiação dele consta em certidões apresentadas pela R da Costa Teixeira na licitação.
Os próprios emails de contato de Rafael e da empresa terminam em @norautoonline.com.br.
Além disso, o endereço da R da Costa Teixeira, na Receita Federal, é praticamente o mesmo da Norauto: enquanto a R da Costa Teixeira fica na avenida Senador Lemos, 2247, altos, a Norauto fica na avenida Senador Lemos, 2247, fundos.
A R da Costa Teixeira, que tem o nome de fantasia de “Mobiliza Rent a Car”, ganhou um lote que poderá lhe render até R$ 1,978 milhão com o aluguel de viaturas ao sistema de segurança pública do Pará.
Leia mais na reportagem “Indícios de fraude no Pregão da Segup que beneficiou a Delta Construções”: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2011/11/indicios-de-fraude-no-pregao-da-segup.html
CS Brasil leva mais de R$ 48 milhões
Mas as grandes vencedoras do Pregão 029/2012 da Segup foram as empresas C.S Brasil Transportes de Passageiros e Serviços Ambientais Ltda e a Locavel Serviços Ltda.
A C.S Brasil venceu 6 dos 12 lotes licitados.
Esses 6 lotes possibilitam locações de veículos que podem chegar a mais de R$ 48,109 milhões no próximo ano.
Já a Locavel ganhou um lote no valor de até R$ R$ 3,611 milhões por mês, ou mais de R$ 43,342 milhões em 12 meses.
A sexta empresa contemplada no Pregão, a Alucar Locadora de Veículos Ltda, venceu um lote de até R$ 3,957 milhões em locações.
Ao que parece, pelas características e quantidade dos carros licitados, a CS Brasil e a Locavel irão atender à demanda das polícias civil e militar.
A CS Brasil é controlada em 99,99% pelo grupo Júlio Simões (JSL), um gigante que apresentou uma receita bruta de R$ 2,7 bilhões no ano passado, conforme os relatórios financeiros, no site do próprio grupo. A sede da CS Brasil fica em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo.
O blog não conseguiu localizar nem na Junta Comercial de São Paulo (Jucesp) online nem nos documentos apresentados pela CS Brasil na licitação informações acerca da existência de filial da empresa no Pará.
Quem possui filiais no estado é a Júlio Simões Logística S/A (CNPJ 52.548.435/0001-79; NIRE/Jucesp 35300362683), que controla a CS Brasil. As filiais foram abertas entre maio e dezembro do ano passado nos municípios de Tucumã, Parauapebas, Canaã dos Carajás e Ananindeua.
A CS Brasil possui contratos de locação com as secretarias de segurança do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Em ambos os casos, muito polêmicos. Leia aqui:http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2011/12/o-escandaloso-pregao-da-segup-aluguel.html
Veja os ganhadores do Pregão 029/2012 e quanto cada um poderá faturar por ano:
1 - CS Brasil Transportes de Passageiros e Serviços Ambientais Ltda (CNPJ:10.965.693/0001-00):R$ 48.109.920,00
2-Locavel Serviços Ltda (CNPJ: 63.798.490/0001- 33): R$ 43.342.728,00
3-Braz &Braz Ltda (CNPJ: 10.251.429/0001-05): R$ 7.575.060,00
4- Alucar Locadora de Veículos Ltda EPP (CNPJ: 83.732.172/0001-87): R$ 3.957.600,00
5- R. da Costa Teixeira Serviços – EPP (CNPJ: 11.417.541/0001-36): R$ 1.978.080,00
6- Norte Locadora e Serviços Ltda (CNPJ: 08.949.785/0001-55): R$ 1.486.800,00
TOTAL/ANO: R$ 106.450.188,00 (milhões)
Leia o que foi publicado pela Perereca sobre o Pregão da Segup do ano passado, que teve como vencedora a Delta Construções:
http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/09/mp-devera-processar-responsaveis-por.html
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COLLOR QUER QUE CPMI INDICIE GURGEL E A MULHER

Abaixo a transcrição do discurso de Collor feita pela Secretaria de Taquigrafia do Senado Federal:
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco/PTB – AL. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) – Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, Srªs e Srs Senadores, em pronunciamentos desta tribuna, tenho abordado a constatação de que o País passa por um pernicioso e autêntico processo de esfacelamento de seus poderes e de suas instituições.
Os motivos são diversos, sejam eles de natureza de natureza constitucional, política ou administrativa. Porém, independentemente dos aspectos teóricos e conceituais que envolvam o tema e justifiquem este cenário, o fato é que, na prática funcional, os exemplos se multiplicam.
O mais recente episódio que comprova o que tenho dito atinge diretamente o poder Legislativo, por meio de uma inoportuna, infeliz e controversa declaração do Procurador-Geral da República, Sr. Roberto Gurgel Santos, já conhecido, aceito e tido como o prevaricador geral da República!
Trata-se, Sr. Presidente, da cínica e ousada manifestação do Sr. Roberto Gurgel Santos em qualificar não só a aprovação da PEC nº 37, de 2011, por uma comissão da Câmara dos Deputados, como uma ação orquestrada do Congresso, mas, principalmente, as conclusões do Relator da CPMI, que pede o seu indiciamento, dizendo ele, o Sr. Procurador, que isso se trata de uma retaliação ao papel desempenhado pelo Ministério Público Federal, no curso da ação penal ainda sob julgamento no Supremo Tribunal Federal.
Esquece o Procurador-Geral da República, Sr. Presidente, que o Congresso Nacional representa um poder da União e, como tal, age, política e institucionalmente, por meio de seus integrantes, suas comissões e seus Partidos em defesa das prerrogativas constitucionais que lhes são garantidas, inclusive, para evitar abusos de outros poderes e de órgãos diversos, ainda que estes não constituam um poder, nos termos da Constituição Federal.
Confunde o Sr. Roberto Gurgel Santos duas situações distintas. Ele confunde duas situações absolutamente distintas das quais ele é incapaz de fazer uma correta separação: uma é a sua prevaricação – comprovada prevaricação –, seus crimes e improbidades cometidos que se restringem à esfera individual, pessoal e funcional pelo cargo que exerce e pelas atitudes por ele tomadas; a outra, ao contrário, são as ações do Congresso Nacional, às quais ele se refere como “retaliação”, que se situam na ordem institucional, coletiva e que são deliberadas por suas instâncias e pelo corpo de seus integrantes, de forma legal e de maneira absoutamente legítima.
Sr.Presidente Paulo Paim, Srª e Srs. Senadores, depois de cometer toda espécie de crimes e transformar o órgão que dirige numa autêntica “cafua”, o Procurador-Geral da República, não satisfeito, quer agora afrontar acintosamente um poder republicano, seus colegiados e, mais ainda, seus membros legitimamente eleitos pela população.
Ao generalizar, política e partidariamente, um suposto cenário que ele quer fazer acreditar ser verdadeiro, o Sr. Roberto Gurgel Santos menospreza a totalidade do Parlamento brasileiro e desvia a atenção, como método de defesa contra as inúmeras e graves acusações que recaem sobre sua pretensa toga.
As provas contra ele são sobejas. Sua atual posição não lhe dá o direito de sequer falar em condutas – ele não tem o direito sequer de falar em condutas –, muito menos em retaliação ou ação orquestrada, já que é ele quem tem exercido o papel de malfeitor funcional, diga-se de passagem, com extrema maestria, digna dos melhores mestres do crime.
Declarações como essa, Sr. Presidente Paulo Paim, não se coadunam com o Estado democrático de direito, com os valores republicanos, muito menos com o avanço institucional que o Brasil requer. Pelo contrário, servem apenas para acirrar ânimos entre as instituições democráticas e, mais grave, fomentar mais ainda o esfacelamento em curso de nossos poderes e seus órgãos públicos.
O pior, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é que esse tipo de postura nada republicana conta com o apoio aveugle de parte da mídia, sempre excitada irresponsavelmente por escândalos políticos e crises institucionais, mas que, covardemente, se omite perante o que de fato ocorre nos porões de alguns gabinetes da Procuradoria-Geral da República. Ou seja, para esse pessoal, relatores no Parlamento, comissões deliberativas e órgãos de controle devem existir apenas para dar um ar de normalidade ao Brasil – e ai deles se extrapolarem esse papel subserviente aos interesses dos meios.
Infelizmente, essa visão caolha da democracia leva radicais da mídia a extremos. Quando contrariados, eles acusam os políticos de fazer política, os relatores de relatar e as instâncias de deliberar, de apurar e revelar fatos. Esses militantes, transviados de jornalistas, têm também uma visão bem particular do papel de uma comissão parlamentar de inquérito. Para eles, as CPIs, como qualquer outra instituição do Estado, devem servir aos interesses dos meios e não ao povo brasileiro. CPI boa para eles é aquela que eles podem manipular.
Nesse caso, Sr. Presidente, refiro-me em especial às denúncias que tenho feito em relação à conduta do Procurador-Geral e seus asseclas em vários episódios e às seis representações por mim apresentadas isoladamente, em diversificadas esferas de controle e julgamento, no tocante à inação do chefe maior do Ministério Público Federal frente ao inquérito da Operação Vegas, em que, à farta prova, prevaricou. Ou será que o Sr. Roberto Gurgel Santos imagina que, se não houvesse a ação penal em curso, seus crimes, sua conduta, suas ações, inações e omissões não seriam desvendadas, denunciadas e que passariam despercebidas? Com quem ele, o Procurador-Geral da República, pensa que está lidando? Com um poder acéfalo e com centenas de parlamentares apedeutas, descomprometidos e irresponsáveis? Não, senhores, ledo engano seu!
O fato, Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, é que os crimes do Sr. Roberto Gurgel Santos começaram a aparecer exatamente quando se revelou as relações de um ex-Senador com o Sr. Carlos Cachoeira. Os desdobramentos dos fatos, por meio das investigações da CPMI, é que mostraram, para todo o país, o modus operandi e os métodos rasteiros do Procurador-Geral da República na condução de processos envolvendo autoridades com prerrogativa de foro.
Ou seja, ele, o Procurador-Geral da República, opta pelo sobrestamento, pelo engavetamento e pela inação propositada como instrumento de poder, de pressão e de chantagem. Esta é a sua conduta.
Soma-se a isso o fato de que, dessas revelações iniciais, derivaram outros métodos por ele adotados, como a concentração de processos daquela natureza, ou seja, com prerrogativa de foro, nas mãos de sua esposa, a Subprocuradora-Geral da República e sua manus longa Cláudia Sampaio Marques. Do mesmo modo, revelou-se seu costume de vazar ou mandar vazar a revista Veja – sempre ela – documentos, informações e depoimentos sob segredo de Justiça.
Também ficou demonstrada a aptidão do Procurador-Geral para perseguir e barrar nomes de supostos desafetos seus ao Conselho Nacional do Ministério Público utilizando-se de meios subterrâneos como dossiês falsos e documentos apócrifos, visando tão-somente desabonar seus adversários. Ou seja, ele, sim, o Sr. Roberto Gurgel Santos, é que é dado às ações orquestradas contra autoridades com prerrogativa de foro e à retaliação. Ele, sim, a pratica contra supostos desafetos no âmbito da política interna do Ministério Público Federal.
Infelizmente, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é essa espécie de autoridade, esse pesado tuiuiú que representa e comanda a instituição republicana encarregada de defender os interesses da sociedade.
Nesses casos envolvendo o Procurador-Geral da República, a aplicação direta da teoria do domínio do fato mostra-se aquém, insuficiente e subliminar às suas práticas. Quando muito, a teoria pode ser utilizada como peça subsidiária.
Seu papel em todos os crimes por ele cometidos vai além da simples condição de conhecedor e dominador dos fatos em função do posto de hierarquia mais alta. A verdade é que o Sr. Roberto Gurgel Santos é o agente principal, autor direto dos fatos na maioria dos crimes que tenho denunciado. Ele não só tinha o domínio dos fatos como detinha o domínio dos atos.
O mesmo, Sr. Presidente, pode-se dizer em relação à direção da Veja frente à coabitação criminosa de seus jornalistas com o grupo contraventor.
Aliás, sobre esse núcleo Civita-Policarpo, trata-se de um outro capitulo, em que se agrava a condição de dominar os fatos, para a índole de fabricar os fatos.
No que se refere ao indiciamento do Sr. Policarpo Jr. – também conhecido pela alcunha, no mundo do crime, como “Caneta”, “Poli”, “Júnior” e outros –, proposto pelo relator da CPMI, faço questão de trazer ao conhecimento da Casa trecho de um artigo recente do experiente jornalista Paulo Nogueira, ex-editor dessa revista Veja São Paulo, ex-diretor de redação da revista Exame, ex-diretor da editora Globo. Ao comentar o relatório da CPMI, apresentado na última semana por S. Exª o Deputado Odair Cunha, o jornalista assevera:
“Os telefonemas trocados entre Cachoeira e Policarpo (…) revelam uma intimidade inaceitável no bom jornalismo, uma camaradagem que vai além dos limites do que é razoável.
“Por ter se tornado tão próximo de Cachoeira” – continua o jornalista – “por ter se tornado tão próximo de Cachoeira, ele ([o Caneta, o Sr.] Policarpo Jr.) acabou se deixando usar por um grupo no qual o interesse público era provavelmente a última coisa que importava. Logo, havia um envenenamento, já na origem, nas informações que ele recebia e [que ele] publicava. (…) é necessário que Policarpo enfrente o mesmo percurso de outros envolvidos neste caso. Ele deve à sociedade e ao jornalismo explicações.
“Teria sido infame não arrolá-lo. Isso teria reforçado a ideia de que jornalista é uma categoria à parte, acima do bem e do mal, acima da lei. [E não o é. Não o é!]
“Não existe nenhuma ameaça à ‘imprensa livre’, à ‘imprensa independente’ ou ‘imprensa crítica’, quando jornalistas são instados a se explicar à justiça. Essa é uma espécie de chantagem emocional e cínica que a grande mídia vem fazendo na defesa de sua própria impunidade e intocabilidade. Todos sabemos quantos horrores e desatinos editoriais são cometidos sob o escudo oportuno da ‘imprensa crítica’. Nos países desenvolvidos, no entanto, o quadro é outro.
Nesta mesma semana, a jornalista inglesa Rebekah Brooks, até pouco atrás, a rainha dos tablóides e favorita do seu ex-patrão Rupert Murdoch, foi indiciada pela Justiça britânica sob acusação de ter pagado propinas para policiais em troca de furos para um dos jornais que dirigiu, o Sun [aqui, fecho aspas].
Enfim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, resta mais que claro, por tudo que aqui tenho explicitado e denunciado, ser absolutamente normal e esperado o indiciamento e a inclusão no relatório final da CPI de nomes como Roberto Gurgel Santos e Policarpo Júnior, como bem concluiu o Deputado Odair Cunha em seu contundente, detalhado e preciso documento final.
Entretanto, por tudo que já provei e trouxe ao conhecimento desta Casa e da própria Comissão, vou apresentar ainda hoje uma série de sugestões por escrito a S. Exª o Relator, no sentido de incluir outros nomes desses dois núcleos do esquema criminoso apurado: o núcleo Civita/Policarpo e o núcleo Gurgel/Cláudia/Camanho. Aliás, Sr. Presidente, o Procurador da República Alexandre Camanho, vale aqui lembrar, além de ser o operador, o factótum do Sr. Roberto Gurgel Santos, é autoridade que se recusa a responder requerimentos com base na Lei de Acesso à Informação. Vejam que coisa! Ou seja, trata-se de um guardião da lei em defesa da sociedade, mas que, escancaradamente, descumpre a lei, talvez por se considerar acima dela.
Afinal, de que o senhor tem medo, Sr. Camanho? O senhor tem medo do quê?
Assim, vou propor o indiciamento dele, Alexandre Camanho de Assis, dos Procuradores Lea Batista Oliveira e Daniel de Resende Salgado, bem como da Subprocuradora-Geral Cláudia Sampaio Marques, a manus longa do Gurgel. Da mesma forma, vou propor o indiciamento de Roberto Civita, Eurípedes Alcântara, Lauro Jardim, Hugo Marques, Rodrigo Rangel e Gustavo Ribeiro, todos de Veja, que lhes serve de coito.
Por fim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apresentarei também emendas aditivas à PEC sugerida pelo Relator, de modo a acrescentar na composição dos Conselhos Nacionais de Justiça (CNJ) e do Ministério Público (CNMP) dois representantes da Defensoria Pública.
A medida permitirá um maior equilíbrio representativo das instituições jurisdicionais e evitará, com isso, um possível e indesejado controle majoritário dos colégios por parte de seus presidentes. Além disso, constará também de minha proposta novo dispositivo à Constituição para estabelecer que o presidente do Conselho Nacional do Ministério Público somente possa votar nos casos de empate, o que reverterá a indecente alteração no regimento interno do órgão promovida agora, há pouco, sempre nos esconsos daquela cafua em que se transformou a Procuradoria-Geral da República, promovida pelo Procurador-Geral, que permite a ele, como presidente do colegiado, votar duas vezes, ou seja, o voto como membro e o voto de minerva.
Minha expectativa, realmente, Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, é que o relator e o presidente da CPMI não cedam às pressões e não promovam um retrocesso nos trabalhos e nas conclusões da CPMI. Retirar nomes do Relatório final, a esta altura, seria uma afronta ao bom senso, um arremedo intempestivo e um atentado à justiça.
Ao contrário, entendo que podemos avançar ainda mais, no sentido de alcançar outras pessoas tão perniciosas quanto as já indiciadas e que não foram arroladas no documento final. Deixemos, assim, que a própria CPMI, por meio de seus integrantes, decida com independência, isenção e bom senso, o que for justo e mais adequado para a sociedade brasileira.
Era o que tinha a dizer, por enquanto, Sr. Presidente, Paulo Paim, Srªs. e Srs. Senadores.
Muito obrigado!
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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

GURGEL-SARNEY. É O MESMO QUE GURGEL-DEMÓSTENES ?


A indicação de um membro do Conselho do Ministério Público estaria bloqueada por Sarney em favor de Gurgel? Gurgel teria bloqueado o processo de Roseana em favor de Sarney? Finalmente, haveria nessa história uma vergonhosa troca de favores?

Por Maurucio Dias na seção “Rosa dos Ventos”,  dna Carta Capital, sobre a “morosidade gurgeliana”- clique aqui também para ler sobre a inesquecível intervenção do brindeiro Procurador na posse do Presidente Joaquim Barbosa:

GURGEL ACUADO

É sinal positivo o clamor da oposição, em coro com trêfegos parlamentares da base governista, contra o texto do deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPMI sobre as atividades criminosas e as afinidades eletivas do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Cunha incomodou muita gente e contrariou variados interesses. Não se sabe se o relatório conseguirá cruzar a tempestade provocada pelos contrariados e chegar a porto seguro. Na partida, se assemelha a um barquinho navegando sob bombardeio. E pode afundar antes de ancorar.
A lista de indiciados e de responsabilizados, elaborada por Cunha, é uma carga pesada. O relator julgou suficientes as provas colhidas que, em princípio, são capazes de derrubar o governador tucano Marconi Perillo (GO); de incriminar jornalistas que, ao romper limites éticos, transitaram do campo da investigação para o da associação, e de provocar danos graves ao empresário Fernando Cavendish, da Delta, entre outros casos. Notadamente, o relatório pode desestabilizar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Gurgel é peixe graúdo. A contrariedade da mídia, com a inclusão do nome dele na lista de Cunha, comprova. Ele tornou-se um procurador heterodoxo. Virou peça do jogo político de curto e de longo prazo. Em linhas gerais, passou a atuar afinado com a oposição a Dilma, a colaborar com o esforço de neutralização de Lula e, por fim, mas não menos importante, a agir com o objetivo de encerrar o ciclo do PT no poder.
Caso aprovado, o relatório de Cunha pode abalar Gurgel e, inclusive, interferir na própria sucessão dele, na PGR, em julho de 2013.
Roberto Gurgel é acusado por crimes constitucional, legal e funcional. A aprovação do relatório, nesse ponto, levará a questão à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, competente para processar o procurador-geral por crime de responsabilidade. No STF, Gurgel seria julgado por improbidade administrativa e por prevaricação.
O procurador-geral foi fisgado porque manteve engavetadas as denúncias da Operação Vegas. Assim atraiu a suspeita de ter sido conivente com as atividades criminosas de Cachoeira, apuradas pela Polícia Federal. Ele alegou à CPI que tinha detectado somente desvios no “campo ético”, insuficientes para abrir ação penal.
Gurgel, no entanto, mantém outros problemas na gaveta. Há quase cem dias guarda o processo enviado ao Ministério Público, no qual a governadora Roseana Sarney (MA) é acusada de assinar convênios com as prefeituras, no valor aproximado de 1 bilhão de reais. Cabe a ele dar um parecer que pode levar Roseana a perder o mandato.
Há quem veja nessa morosidade um conluio entre o senador Sarney, pai da governadora, e Gurgel. Sustentam essa hipótese renitentes coincidências. José Arantes, assessor parlamentar do procurador-geral foi assessor parlamentar de Sarney na Presidência da República. Seria apenas um detalhe curioso?
Mas há problemas concretos. Um deles, já denunciado nesta coluna, levou o presidente da Câmara quase à exasperação. Na terça-feira 20, o deputado Marco Maia criticou pública e duramente o Senado pela morosidade em votar a indicação do professor Luiz Moreira, já aprovada pelos deputados, para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM).
Seria “morosidade gurgeliana”?
Ou seja, a indicação estaria bloqueada por Sarney em favor de Gurgel? Gurgel teria bloqueado o processo de Roseana em favor de Sarney? Finalmente, haveria nessa história uma vergonhosa troca de favores?
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