sexta-feira, 16 de junho de 2017

Chacina no Pará: laudo indica que não houve enfrentamento


Segundo o delegado, o resultado não é definitivo, pois é preciso aguardar a perícia nas armas e 
o laudo de balística.

Por Nocaute  


Os primeiros laudos periciais na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D’Arco (PA), onde 10 pessoas que 
ocupavam a terra morreram em 24 de maio durante uma ação policial, foram divulgados pelo Centro 
de Perícias Científicas Renato Chaves.
De acordo com informações da Agência Brasil, uma das constatações dos laudos divulgados é que 
não há vestígios de impacto de projétil de bala nos coletes usados pelos policiais que participaram da 
ação, reforçando a versão de que não houve confronto entre os trabalhadores e os policiais.
No entanto, o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Rilmar Firmino, afirmou que essa informação 
não é suficiente para descartar a versão policiais envolvidos, que legam ter havido um confronto 
entre eles e os ocupantes da terra. É preciso aguardar o resultado do exame de balística, fundamental 
para a investigação, que ainda não ficou pronto.
“Não quer dizer que, para haver confronto, o policial tem de ser alvejado. Temos de ter cautela. 
Estamos aguardando a comparação balística, que vai nos dar condições de saber quem atirou, de que 
arma saiu o projétil. É muito cedo para chegar a uma conclusão”, disse, em entrevista à Rádio 
Nacional da Amazônia.
Participaram da ação 29 policiais. O delegado informou que 53 armas estão sendo periciadas e o 
laudo de balística deve ficar pronto em julho. Os investigadores farão também uma reconstituição do 
crime com base nos depoimentos de pessoas envolvidas e das provas colhidas.
Até o momento, foram feitos o levantamento de local sem cadáver, os laudos necroscópicos, a 
perícia em veículos e nos coletes usados pelos policiais durante a operação e de danos no patrimônio.
De acordo com informações da Secretaria de Comunicação do Pará, os inquéritos que apuram as 
mortes de pessoas que ocupavam a Fazenda Santa Lúcia foram instaurados no dia 24 de maio. A 
Polícia Civil tem prazo de 30 dias, que pode ser prorrogado por mais 30, para apresentar os 
resultados da investigação.
O Inquérito Policial Militar, que também apura a conduta dos policiais envolvidos, precisa ser concluído no prazo máximo de 60 dias. Os agentes de segurança envolvidos na operação estão afastados das funções.
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