sexta-feira, 11 de agosto de 2017

VÍDEO: Roberta Luchsinger, herdeira de banco suíço que doou R$ 500 mil a Lula, fala da trajetória de sua família no Brasil



Por Joaquim de Carvalho

Roberta: o dinheiro é dela, mas os coxinhas querem decidir como deve 
gastar.

Vista de longe, a neta do banqueiro suíço Roberta Luchsinger poderia ser 
confundida com uma batedora de panela, dessas que gravam vídeo para dizer 
“sou rica, sou rica”, têm horror a pobres e fingem se importar com eles.
 Roberta foi educada pelas melhores escolas, costuma se deslocar de helicóptero 
e recebia do avô banqueiro uma mesada de 28 mil francos suíços, o equivalente 
a 97 mil reais, segundo informa a jornalista Eliane Trindade, em sua coluna na 
Folha. 
A família de Roberta foi alvo de texto até de João Doria Júnior, que tem um faro 
especial para negócios que envolvem milionários — em 2016, em sua coluna na revista Istoé, Doria escreveu sobre uma disputa por herança na família.
Só que Roberta não é como seu pares no Brasil, meritocratas da boca para fora, 
que não largam a teta do Estado. Não é tampouco bolivariana, socialista ou 
comunista. É alguém que entendeu a importância das políticas de inclusão social 
no Brasil.
“Esse ódio exacerbado contra os partidos de esquerda, principalmente contra o 
PT, chegou ao ponto de cegar parte da sociedade. Virou moda se referir a Lula 
como ladrão”, afirmou ela à Folha.
“Esses que hoje o demonizam se esquecem de que Lula foi bom para os pobres e 
também para os ricos e deixou a Presidência com 90% de aprovação”.
Roberta é filiada ao PCdoB, partido que conheceu quando esteve casada com o 
ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que foi deputado. Mas não 
segue a cartilha marxista, como de resto o PCdoB e a maior parte dos partidos 
de esquerda — Marco Aurélio Garcia, que foi um influente conselheiro de Lula, 
já dizia que ficaria de joelhos agradecendo a Deus se, pelo menos, o Brasil se 
aproximasse da social-democracia.
O casamento de Roberta terminou de maneira rumorosa, com a declaração dela 
de que foi traída pelo ex. “Cansei de ser chifrada”, disse à Veja. Roberta, no 
entanto, soube separar as coisas e hoje continua apoiando o ex-delegado, asilado 
na Suíça por conta de uma condenação Brasil, por desvio funcional no caso da 
operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas.
Roberta também permaneceu filiada ao PCdoB, partido de Protógenes, e só 
separou depois da campanha de 2014, para não atrapalhar a campanha à 
reeleição do então marido.
Sua página no Facebook revela um pouco do que pensa. Ela postou uma 
reportagem sobre o prefeito de São Paulo e escreveu: “Doria e seu sonho de ser 
o Lula”. Crítica da Lava Jato e ironizou a notícia de que Adriana Ancelmo, depois 
de presa, se separaria do ex-governador Sérgio Cabral: “Acabou a mamata, 
acabou o amor… será que algum dia ele existiu?” Chamou o impeachment pelo 
que é: golpe.
Na rede, não deixa de falar de suas preferências pessoais, como vestido de 
casamento e música.
Roberta namorou o ex-prefeito de Jaguariúna, depois da separação de 
Protógenes, se preparou para desfilar em escola de samba e planejou escrever 
um livro para dar dicas de gastronomia para quem quer emagrecer – ela disse 
que perdeu mais de 30 quilos mudança de hábitos alimentares.
Aos 32 anos, Roberta, no campo pessoal, tem sonhos e planos como toda mulher 
da sua idade. O que a difere é a sensibilidade social. Depois que anunciou que 
doaria 500 mil reais a Lula e sugeriu uma vaquinha, foi criticada por gente que 
acredita pertencer ao mesmo mundo que ela.
“Que tal doar para mim também? Perdi quase tudo que meu suor conquistou 
com as trapalhadas dos socialistas. Aceito $ 100.000,00. Já ajuda”, escreveu um 
deles na rede social. Os outros vão na mesma linha. São provavelmente da 
mesma massa que se informa pelo Jornal Nacional e não entenderam nada sobre 
o que foi governo Lula nem sobre os propósitos de Roberta.
Roberta acredita que, com o golpe que derrubou Dilma, o Brasil foi na 
contramão da história e isso é ruim para os negócios. Para ela, o país precisa 
reduzir a desigualdade social para crescer e não cortar direitos sociais, que, no 
curto prazo, beneficiam apenas uma parcela muito pequena da sociedade.
“Independentemente de (Lula) ser ou não candidato, este dinheiro vai permitir a 
Lula sair pelo Brasil espalhando esperança. Não podemos perder a crença na 
política. Precisamos de união”, disse.
Os críticos de Roberta, seguidores do Pato da Fiesp, se comportam como os 
brancos pobres da época em que a sociedade ainda era escravocrata. Repetem o 
que ouvem e acham que são ricos. Não passam de massa de manobra de uns 
poucos brasileiros. Quem conhece a riqueza sabe que, até para explorar, o Brasil 
precisa de inclusão social, e não o contrário.

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