segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Militante de Bolsonaro, fã de Moro. Quem é a Sargento que ameaça os militantes que forem a Porto Alegre

Com Bolsonaro: versão diminuta do ex-capitão

Por Joaquim de Carvalho 

A policial que gravou e divulgou nas redes sociais vídeo para ameaçar os manifestantes que forem a 
Porto Alegre no ato em defesa de Lula já foi submetida a exame psiquiátrico. O laudo apontou um 
tipo de transtorno que não a incapacita para a vida civil nem a torna inimputável, mas revela uma 
tendência à agressividade e a imaginar que está sendo perseguida.
Flávia Cristina Abreu, militante de Jair Bolsonaro, foi submetida a exame em um inquérito policial 
militar realizado pelo Comando de Policiamento Militar de Porto Alegre, quando ela acusou o 
comandante do batalhão onde trabalhava, o 18o., em Viamão, de persegui-la.
O tenente-coronel Pedro Joel Silva da Silva, comandante na época, determinou a abertura do 
inquérito quando recebeu citação da Justiça em uma ação por danos morais que a subordinada 
movia. 
Flávia pedia indenização por, segundo ela, ser alvo de perseguição do comandante.
Ao se defender, o tenente-coronel disse que não tinha contato direto com ela, achou tudo muito 
estranho porque foi na mesma época em que combatia o crime organizado em torno do jogo ilegal e 
fazia mudanças no quartel.
O tenente-coronel, hoje na reserva, ganhou o processo civil na Justiça em primeira instância, aguarda 
o julgamento de recursos na segunda e foi isentado de qualquer culpa no inquérito policial militar. Já 
Flávia acabou respondendo por falsas acusações — no final, também foi absolvida. E não ganhou o 
processo por danos morais.
Flávia, que em suas postagens repete o slogan Força e Honra, tem uma razoável repercussão nas 
redes sociais. Sua página no Facebook tem mais de 14 mil seguidores, e ela se dedica a promover 
Bolsonaro e atacar políticos de esquerda.
No Halloween, em 31 de outubro, gravou um vídeo para dar os parabéns às deputadas Maria do 
Rosário, Manuela D’Ávila, Luiza Erundina e às senadoras Gleisi Hoffmann e Fátima Bezerra, entre 
outros.
No dia 7 de dezembro, postou uma foto com Bolsonaro em uma mesa de restaurante. Escreveu: Três 
coisas que eu admiro muito em pessoas iguais a mim: Honestidade, Sinceridade e Humildade.
Publicou foto dela própria em frente a um banner “Somos Todos Moro” e com camiseta da 
campanha em defesa da liberação das armas. Também publicou material de campanha de Donald 
Trump e fotos ridicularizando a filósofa Judith Butler. Ajuda a promover Olavo de Carvalho e esteve 
na porta do Santander Cultural em Porto Alegre para protestar contra a exposição Queermuseu.
No vídeo em que ameaça os manifestantes que forem a Porto Alegre no dia 24 de janeiro, Flávia diz: 
“Venham aqui, vocês vão ver o que é o verdadeiro sangue farroupilha. Venham, mortadelas. Venham 
muitos porque não vai ter mimimi. Não vai ter choro. É linha, pau, gás e bomba”.
A valente Flávia não faz serviço externo, o negócio dela é mexer em papéis, em serviços internos. de 
seu ídolo, o ex-capitão Jair Bolsonaro, que o general Ernesto Geisel definia como “completamente 
fora do normal, inclusive um mau militar”.
Na linguagem da caserna, um “bunda suja”, como são chamados pelos militares de alta patente os 
oficiais que não conseguiram postos mais elevados na carreira. Mas, no Brasil de hoje, ambos 
conseguem ter alguma repercussão.

Fotos retiradas de sua página no Facebook

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