quinta-feira, 15 de março de 2018

O ASSASSINATO DE MARIELLE FRANCO ESCANCARA A FARSA DA "INTERVENSSÃO TABAJARA" NO RIO


Marielle Franco também supervisionava a Intervenssão Tabajara. Precisa desenhar?

Por Kiko Nogueira

Nove tiros assinalam o fracasso da intervenção militar no Rio de Janeiro.
Eles alvejaram a vereadora Marielle Franco, do Psol, assassinada no bairro do Estácio.
Aconteceu por volta das 21h30 na Rua Joaquim Palhares.
O motorista que estava com ela também foi morto. A assessora sobreviveu.
Nada foi roubado.
A Delegacia de Homicídios afirma que a principal linha de investigação é execução.
Marielle havia acabado de sair de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na
Rua dos Inválidos, na Lapa, e seguia para sua casa na Tijuca.
Um dia antes, ela postou nas redes sociais um libelo curto:
“Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava
saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”
Marielle era relatora da comissão que acompanha a intervenção no Rio.
No último dia 11, denunciou a violência policial na Favela de Acari.
“Precisamos gritar para que todos saibam o que está acontecendo em Acari nesse momento. O 41°
Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari.
Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas
ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu.
Marielle se apresentava como “cria da Maré” e foi a quinta vereadora mais votada em 2016, com 46
502 votos.
Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal
Fluminense, teve dissertação de mestrado com o tema “UPP: a redução da favela a três letras”.
Torna-se agora, morta, símbolo de uma guerra antiga e sem fim, maquiada por um governo corrupto
e incompetente com tanques e soldados investindo sobre os suspeitos de sempre.
Segurança pública? Onde? Para quem?
“Quem cala sobre teu corpo consente na tua morte”, cantava Milton Nascimento.
Agora, mais do que nunca, é hora de não se calar.

VÍDEO: violência do 41º Batalhão, denunciada por vereadora assassinada, aumentou com intervenção militar
A vereadora Marielle Franco, do PSOL, foi assassinada a tiros por volta das 21:30 desta quarta-feira 
(14/III) no bairro do Estácio, centro do Rio de Janeiro. O motorista Anderson Gomes também foi 
morto.
Marielle voltava de um debate com militantes no bairro da Lapa quando, de acordo com 
testemunhas, um carro parou ao lado de seu veículo. Dois homens dispararam e fugiram.
A vereadora foi atingida por ao menos cinco tiros na cabeça.
Marielle nasceu na favela da Maré, zona norte do Rio. Era socióloga e foi eleita vereadora com 
46.500 votos - foi a quinta vereadora mais votada nas últimas eleições.
Militante por Direitos Humanos, Marielle denunciou, no domingo, a ação de policiais do 
41oBatalhão da PM na favela de Acari.
Segundo Marielle, moradores relataram a truculência da polícia durante uma operação no sábado: 
PMs invadiram as casas dos moradores, fotografaram suas identidades. Dois jovens também teriam 
morrido na ação.
"Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° 
Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando os moradores. Nessa 
semana, dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje, a polícia andou pelas ruas 
ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", escreveu 
Marielle.
Há duas semanas, Marielle assumiu a relatoria de uma comissão da Câmara de Vereadores criada 
para acompanhar a atuação da Intervenssão Tabajara no Rio de Janeiro.






Em tempo: em 28 de março de 1968, o estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto foi 
assassinado por policiais no restaurante Calabouço, para estudantes, perto do aeroporto Santos 
Dumont, no Rio.
Com medo de os policiais sumirem com o corpo de Edson, os estudantes o levaram até a Assembleia 
Legislativa do então estado da Guanabara, onde foi feito o velório.
Em junho, estudantes organizaram a Passeata dos Cem Mil, que deu início a uma série de 
mobilizações de jovens contra a ditadura. Os protestos continuaram até dezembro, quando foi 
promulgado o AI-5.

VÍDEO: “Não dá para compactuar com a violência”, disse Marielle Franco, executada no Rio com 9 tiros

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